Os bitcoins apreendidos nos Estados Unidos em uma conta vinculada a um sócio da Indeal seguem presos com autoridades americanas, que aguardam uma resolução do caso no Brasil para enviar os valores dos clientes.
Ou seja, apenas após o trânsito em julgado na justiça brasileira, que a repatriação de cerca de R$ 1,6 bilhão de reais poderá ocorrer.
De acordo com apuração da RBS TV, afiliada do G1 no Rio Grande do Sul, uma advogada que representa 100 clientes lesados pela Indeal aguarda a chegada dos valores para reaver patrimônios das vítimas.
Bitcoins da Indeal seguem nos EUA, indica advogada que representa clientes lesados
Apanhada pela Polícia Federal em 2019, a empresa Indeal teria captado pelo menos 1 bilhão de reais de vários clientes de todo o Brasil.
Contudo, mesmo com a operação Egypto prendendo os principais líderes e apreendido vários bens, os clientes seguem aguardando a devolução de seus investimentos.
Vale o destaque que os bens apreendidos no Brasil já passaram por leilão público, com o montante disponível para a justiça. Mas os bitcoins que representam a maior parte do dinheiro que pode ressarcir os clientes seguem sem movimentar.
Nos últimos dias, como noticiado pelo Livecoins, muitos clientes começaram a questionar o paradeiro dos bitcoins da Indeal, que estavam na conta de um líder na corretora Poloniex.
As autoridades dos EUA já confiscaram os valores e colocaram tudo em uma carteira a disposição da justiça. Assim, tudo indica que após o trânsito em julgado no Brasil, pode haver a transferência dos valores para justiça brasileira, que deverá proceder a restituição das vítimas.
No entanto, a advogada Caroline Boff disse ao G1 que não sabe se os bitcoins foram de fato vendidos, ou se ainda permanecem em uma carteira. “A gente não tem certeza se os bitcoins foram vendidos e onde estão os valores. Se foram vendidos, onde está? Ninguém sabe“, disse ela em tom de preocupação.
TRF da 4ª Região diz que corre para finalizar o processo
Em nota para a reportagem, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) disse que vários bens confiscados já estão disponíveis para a vara de justiça de falência. Além disso, há um pedido de desconsideração de pessoa jurídica que pode afetar os demais réus envolvidos com a Indeal.
No entanto, os valores de 3.537,2106 em bitcoins que pertenciam a Indeal e estavam fora do Brasil nunca estiveram a disposição da justiça nacional.
O TRF4 disse ainda que o tramite para repatriação dos valores estão em andamento desde julho de 2023, com envio de novas informações em janeiro de 2024 e de 2025. Mesmo assim, como a repatriação é um processo complexo, que envolve a coordenação das autoridades de dois países, os bitcoins seguem presos nos EUA.
Os clientes agora aguardam o transito em julgado, o que ainda não ocorreu, para começar a ver uma luz no fim do túnel para os problemas.
Enquanto isso, clientes que ainda não se cadastraram como vítimas ainda podem fazê-lo, por meio do site https://www.falenciaindeal.com.br/habilitacoes-e-divergencias-de-credito.
