A BlackRock, gestora de US$ 9,1 trilhões, enviou um documento para a SEC na última quinta-feira (14), informando a criação de um novo fundo chamado BlackRock USD Institutional Digital Liquidity Fund (BUIDL).
A sigla BUIDL parece uma brincadeira com a palavra ‘build’ (construir, em tradução literal), gíria usada pelo mercado como uma alusão a palavra HODL, que se tornou um lema para diversos investidores.
No entanto, é outra sigla que está chamando a atenção do mercado. Ao que tudo indica, o novo fundo BlackRock focará em “Ativos do Mundo Real” tokenizados, ou Real World Assets (RWA), em inglês.
Documento da BlackRock faz comunidade investigar rastros na blockchain
Logo após a descoberta do formulário da BlackRock enviado à SEC, a comunidade surgiu com diversas teorias sobre o assunto. Devido à presença do nome Securitize Markets no documento, muitos acreditam que a gestora focará na tokenização de ativos do mundo real.
“Nós tokenizamos ativos do mundo real.”
“A Securitize está tornando o capital privado, o capital de risco e outros ativos exclusivos do mercado privado do mundo real acessíveis a uma gama mais ampla de investidores por meio da tokenização, um processo que registra direitos de propriedade no blockchain”, aponta o site da Securitize.
O segundo achado da comunidade foi um contrato inteligente na rede Ethereum com o nome “BlackRock USD Institutional Digital Liquidity Fund (BUIDL)” e criado pela própria Securitize há 15 dias. No total, são apenas 100 tokens BUIDL parados em um único endereço.
De qualquer forma, apesar de tudo apontar para que o contrato realmente pertença à BlackRock, já que foi criado antes do envio do documento à SEC, a gestora não confirmou as informações até o momento.
Por fim, outros foram além e citaram que outro endereço criado um dia após a criação do contrato mencionado acima também pertence à BlackRock. Na última sexta-feira (15), ele recebeu R$ 500 milhões em USDC diretamente da Circle, emissora dessa stablecoin.
Além do novo fundo, a gestora também está tentando emplacar o primeiro ETF de Ethereum à vista nos EUA enquanto seu ETF de Bitcoin já acumula 238.664 BTC (R$ 76,4 bilhões). Em janeiro, Larry Fink, CEO da BlackRock, afirmou que o Bitcoin seria apenas o primeiro, citando a tokenização de todos os ativos financeiros.
Criptomoedas de RWA operam em alta
Os investidores mais atento já conseguiram lucrar com o movimento da BlackRock ao investir em criptomoedas do setor de RWA. O principal destaque é a Ondo (ONDO), que após uma alta de 41% nas últimas 24 horas já se aproxima das 100 maiores moedas do mercado.
Segundo página do CoinMarketCap que reúne projetos voltados a ativos do mundo real, diversas outras criptomoedas de RWA operam em alta nesta quarta-feira (20).
Por fim, embora nenhum desses projetos tenha ligação direta com a BlackRock, a especulação é que essa possa ser a próxima narrativa do mercado, hoje focado em staking/restaking, airdrops e memecoins.