A BlackRock, gestora que administra US$ 10,6 trilhões em ativos, adicionou novos termos em seu contrato com a Coinbase, que faz a custódia dos bitcoins de seu ETF. O texto aponta que uma mudança no tempo de processamento nos pedidos de saque.
Tudo começou após a comunidade acusar a Coinbase de estar manipulando o preço do Bitcoin para baixo. Segundo as denúncias, a corretora não estaria registrando as compras de Bitcoin dos ETFs on-chain e, desta forma, estaria vendendo “bitcoins de mentira” para a BlackRock e outras gestoras.
Eric Balchunas, especialista da Bloomberg em ETFs, saiu em defesa da Coinbase na semana passada. Como destaque, o analista apontou que a “BlackRock não está brincando” e “ficaria furiosa se a Coinbase estivesse brincando com seus bitcoins”.
Ao que tudo indica, a BlackRock se sentiu incomodada com as acusações da comunidade e está tentando se proteger de uma eventual crise que afete a ela e seus clientes.
BlackRock muda termos em seu contrato com a Coinbase
O documento foi enviado à SEC pela BlackRock logo no dia 16 de setembro, data em que as acusações sobre à Coinbase viralizaram nas redes sociais.
“A nova frase abaixo será adicionada à Seção 2.2 […] o Cliente poderá fazer retiradas de Ativos Digitais da Conta Custodial para endereços públicos de blockchain, desde que um valor equivalente a esse Crédito Comercial seja mantido no saldo total de negociação do Tomador e no saldo do Cofre após essa retirada”, aponta o novo documento.
“Sujeito à confirmação do saldo mínimo exigido mencionado acima, a Coinbase Custody processará uma retirada de Ativos Digitais da Conta Custodial para um endereço público de blockchain dentro de 12 horas após receber uma Instrução do Cliente ou dos Representantes Autorizados do Cliente.”
Anteriormente, o prazo de processamento era de 1 dia útil, como destacado pelo próprio fundador e CEO da Coinbase, Brian Armstrong, que afirmou que essa era a velocidade padrão do mercado.
As alterações no contrato abordam outras questões ligadas a pedidos de saques, mostrando que a gigante que administra US$ 10,6 trilhões está prestando atenção nos rumores que circulam nas redes sociais.
Além das denúncias da venda de “IOUs de Bitcoin”, ou seja, bitcoins de mentira às suas contrapartes, a Coinbase também recebeu ataques em relação ao “cbBTC”, um Bitcoin sintético recentemente lançado na blockchain Base.
Apesar das críticas, as ações da Coinbase, listadas na Nasdaq, operam em alta de 4,1% nos últimos cinco dias de negociação. Isso se deve a valorização do setor de criptomoedas desde que o Fed realizou o primeiro corte na taxa de juros dos últimos quatro anos.