Especialista afirma que BlackRock gosta de trabalhar com índices e deve seguir com esse padrão no mercado de criptomoedas
Nate Geraci, especialista em ETFs, acredita que a BlackRock deva entrar com o pedido de dois novos ETFs de criptomoedas nos próximos meses, um ligado a Ripple (XRP), outro a Solana (SOL). Após isso, eles também devem apresentar um terceiro, sendo um índice com várias moedas.
A gestora detém atualmente os maiores ETFs de Bitcoin e Ethereum do mercado, com US$ 57,4 bilhões e US$ 9,59 bilhões, respectivamente, sob gestão.
Embora um executivo da BlackRock já tenha afirmado que eles não estavam interessados em novos produtos de criptomoedas, o sucesso desses dois fundos pode ter mudado a visão da empresa nos últimos meses.
Em conversa no canal Thinking Crypto, Nate Geraci, presidente da Nova Dius Wealth Management, destacou diversos pontos que fazem a BlackRock ter interesse em lançar novos ETFs de criptomoedas.
Um dos pontos mencionados é que a BlackRock sempre defendeu uma abordagem baseada em índices para o mercado, seja com o ETF do S&P 500 ou de um agregado de títulos.
“Eles acreditam que a indexação é uma forma apropriada de acessar diferentes classes de ativos. Não vejo por que considerariam cripto de forma diferente”, comentou Geraci. “Portanto, minha expectativa é que lancem um ETF de cripto baseado em índice. E, se você vai fazer isso, parece lógico também ter ETFs à vista individuais de cripto. Essa é uma parte do meu raciocínio.”
Portanto, as duas próximas criptomoedas na mira da BlackRock seriam XRP, terceira maior do mercado, e Solana, sexta maior, justamente por conta de seus tamanhos.
“Já disse publicamente que acredito que a BlackRock vai entrar com pedido para ETFs à vista de XRP e Solana.”
O especialista aponta que a gestora deve fazer isso até outubro, prazo que a SEC tem para aprovar pedidos de ETFs dessas criptomoedas apresentados por outras gestoras.
Outro argumento apresentado por Geraci é que a BlackRock não poderia se fixar em somente duas criptomoedas e apresentá-las como vencedoras.
“Embora o Bitcoin não vá desaparecer, pode-se argumentar que o Ether parece o vencedor de longo prazo na tokenização, stablecoins e tudo mais. Podemos debater isso, mas não sabemos com certeza. É possível que outra blockchain surja e assuma essa posição”, comentou o especialista, se referindo à Solana.
“O que a BlackRock gosta de fazer? Eles gostam de ganhar dinheiro, certo? Então, mesmo que eles realmente pensem que a XRP é algum tipo de golpe ou que a Solana é algum tipo de golpe, que não é descentralizada, seja lá o que for, esse julgamento não é exatamente o seu papel.”
O ETHA, ETF de Ethereum da BlackRock, teve recordes de entradas no mês de julho, outro ponto que pode influenciar a gestora.
Outros especialistas que comentaram sobre o mercado de ETFs de criptomoedas nesta semana foram Greg Xethalis, James Seyffart e Eric Balchunas.
Xethalis deu destaque para o voto contrário de Caroline Crenshaw, comissária da SEC, sobre todas as últimas pautas ligadas ao mercado de criptomoedas.
“O fato de alguém votar contra o agendamento de um período de comentários para revisar a Regra 431 indica que todas as atividades relacionadas a cripto devem ser feitas por votação completa, em vez de por autoridade delegada”, explicou o especialista.
Na Polymarket, um mercado de previsões, as chances de aprovação de um ETF de XRP em 2025 caíram de 86,3% para 52,8% na quarta-feira (6) após a divulgação dessas informações, mas já voltaram a subir após comentários de outros especialistas.
Já Eric Balchunas, junto a Eric Seyffart, mantiveram suas opiniões de que a chance de aprovação está próxima dos 100%.
“Interessante, relatos indicam que as probabilidades no Polymarket de aprovação de um ETF de XRP caíram para 62% depois que os votos foram divulgados mostrando Crenshaw votando contra, mas a) ela vai votar contra em TUDO e b) isso não significa nada, ela está em minoria — ou seja, não mudamos nossas probabilidades, que continuam em 95%.”
No momento desta redação, XRP é negociado a US$ 3,3, em alta de 7,5% nas últimas 24 horas. Já a Solana é operada na casa dos US$ 178, subindo 4% no mesmo período.
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