Blockchain veio para consolidar grandes players internacionais, afirma o advogado Luís Carlos Ferreira dos Santos Junior

Profissional responsável por assessorar bilionários do setor avalia o ecossistema como um divisor de águas para a economia global.

Criptomoedas, Blockchain, NFTs (non fungible tokens), dentre outros termos, certamente já fazem parte do dia a dia de grande parte da população. Recentemente, celebridades divulgaram a compra de ativos digitais em valores que poderiam movimentar o PIB de um país subdesenvolvido.

Mas, como chegamos nessa etapa de desenvolvimento? Para o advogado tributarista Luís Carlos Ferreira dos Santos Junior, referência mundial no tema e responsável por assessorar os principais players do mercado, é necessário identificarmos como o surgimento da blockchain afetou o mercado tradicional.

Segundo o especialista, a blockchain nada mais é do que um banco de dados distribuído ou livro-razão que é compartilhado entre os nós (dispositivos interconectados que enviam, recebem e trocam tráfego de dados, voz e vídeo) de uma rede de computadores. Como banco de dados, uma blockchain armazena informações eletronicamente em formato digital. Ou seja, enquanto um banco de dados tradicional geralmente estrutura seus dados em tabelas, uma blockchain, como o próprio nome sugere, estrutura seus dados em pedaços (blocos) que são encadeados em uma linha do tempo, irreversível e imutável, onde o objetivo é permitir que informações digitais sejam gravadas e distribuídas, mas não editadas.

Dessa forma, a blockchain é a base para livros contábeis imutáveis ou registros de transações que não podem ser alterados, excluídos ou destruídos, nem mesmo podem ser corrompidos por um único agente, visto que seus protocolos exigem confirmações da rede descentralizada.

Isso significa que, diferentemente de um banco do mercado financeiro tradicional, os dados compartilhados não possuem titularidade, de modo que possam ser vendidos, corrompidos ou, ainda perdidos, o que aconteceria, por exemplo, caso um prédio responsável por armazenar os referidos dados de uma entidade financeira fosse invadido e destruído ou um hacker violasse o sistema de segurança bancário.

Nesse passo, grandes movimentos surgiram para desenvolver estruturas dentro de uma blockchain, sendo a mais conhecida delas o Bitcoin, uma criptomoeda lançada em 2019, mas que utiliza estudos datados do ano de 1991.

Para Ferreira dos Santos, a necessidade de transparência nas transações, fomentada pela crise de 2008 enfrentada pelos Estados Unidos, foi o ponto crucial para a forte evolução do mercado descentralizado. A desconfiança ocasionada pela crise fez com que boa parte do mercado migrasse para estruturas cada vez menos dependentes de conglomerados bancários, bem como de políticas nacionais unilaterais.

Ao mesmo tempo em que esses conglomerados perdem espaço, surgem novos players do mercado: empresas, fundos de investimentos e investidores pessoa física que, atualmente, podem direcionar o mercado descentralizado, em razão do grande volume de transações que são realizadas. As “baleias” do mercado, como são conhecidos, movimentam bilhões de dólares e agem como “a mão invisível do mercado”, na visão de Adam Smith.

Luís Carlos acrescenta que a Blockchain veio para consolidar grandes players internacionais que já estavam de olho em novas oportunidades, bem como a estrutura será a responsável por substituir, em um futuro próximo, o modo como as mais diversas transações diárias são realizadas no mundo.

“Uma realidade que era inimaginável há 15 anos, mostra-se, portanto, um divisor de águas para a economia global”, finaliza.

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Vinicius Golveia
Vinicius Golveia
Formado em sistema da informação pela PUC-RJ e Pós-graduado em Jornalismo Digital. Conhece o Bitcoin desde 2014, atuando como desenvolvedor de blockchain em diversas empresas. Atualmente escreve para o Livecoins sobre assuntos de criptomoedas. Gosta de cultura POP / Geek. Se não estiver escrevendo notícias relevantes, provavelmente está assistindo alguma série.

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