
Evento da COP30 começa no dia 6 e vai até 7 de novembro ( Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
Em um movimento que pode redefinir a transparência global no combate às mudanças climáticas, o Brasil propôs a criação de uma Infraestrutura Digital Pública Global para o Clima (Climate DPI). O projeto, desenvolvido a pedido da Presidência da COP30, visa instituir um conjunto de ferramentas digitais abertas que utilizam blockchain e contratos inteligentes para monitorar e coordenar políticas climáticas em tempo real.
O documento foi elaborado pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS-Rio) e pelo pesquisador Ronaldo Lemos, no âmbito do Conselho Consultivo de Alto Nível em Tecnologia da Presidência da COP30.
A proposta nasce de um diagnóstico crucial: a transição verde carece de uma base digital comum, que torne as iniciativas globais mais rápidas e interconectadas.
Assim, a solução chegou a público na quarta-feira (5), um dia antes do início do evento da COP30, que vai dos dias 6 a 7 de novembro de 2025. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) do Governo Federal na Gestão Lula foi quem publicou a novidade.
Os proponentes definem o Climate DPI como um verdadeiro “sistema operacional para a ação climática”. A ideia é interligar dados, finanças e inteligência digital em escala planetária.
Segundo o relatório, assim como as redes elétricas foram cruciais no século XX, essa nova infraestrutura digital pública se torna a espinha dorsal da transição verde no século XXI.
“O relatório propõe que a COP30 lance oficialmente o Climate DPI como projeto legado do Brasil, estabelecendo as bases para uma infraestrutura digital pública global dedicada à ação climática. A iniciativa pretende funcionar como a espinha dorsal tecnológica do Acordo de Paris, permitindo que compromissos assumidos pelos países sejam acompanhados e transformados em resultados mensuráveis“, informou a Secom.
A blockchain, tecnologia criada após o lançamento do Bitcoin, envolve segurança, imutabilidade de dados e registro descentralizado. Assim, tem mostrado ao mundo que as novas tecnologias ocupam um espaço cada vez mais relevante com o crescimento de soluções seguras.
No caso da solução apresentada na COP30, a blockchain e os chamados contratos inteligentes fariam parte das “finanças climáticas digitais”. Assim, poderiam aumentar a transparência dos recursos que são destinados a ações climáticas, garantindo sua rastreabilidade.
“SISTEMAS DE ALERTA – O documento também destaca os sistemas de alerta e resposta rápida, que integram sensores, inteligência artificial e ciência cidadã para prevenir desastres naturais. Além disso, as finanças climáticas digitais, com o uso de blockchain e contratos inteligentes, são outro pilar da proposta, voltadas a aumentar a transparência e a rastreabilidade dos recursos destinados à ação climática“, diz a apresentação da Secom.
Comentários