Brasileiro é acusado nos EUA de aplicar golpe milionário com criptomoedas

Se acusações forem aceitas, ele poderá pegar 45 anos de prisão.

Um brasileiro que estava nos EUA foi acusado de promover um golpe com criptomoedas avaliado em R$ 317 milhões. Segundo os investigadores, o homem criou uma plataforma que afirmava minerar criptomoedas, além de realizar operações com robôs em corretoras.

Chamada Mining Capital Coin (MCC), o golpe chegou a ter páginas criadas em português nas redes sociais, segundo apurado pelo Livecoins. Seu criador e CEO era Luiz Carlos Capuci Junior, que morava no Distrito Federal.

No Brasil, ele já respondeu a uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Mato Grosso do Sul, que ainda tramita na justiça. Além disso, ele foi acionado pelo Itaú após financiar um veículo Mercedes-Benz e não pagar suas dívidas, caso que também corre na justiça brasileira.

Brasileiro é acusado nos EUA de promover golpe multi-milionário com criptomoedas

Segundo a justiça dos Estados Unidos, após uma investigação conduzida pela seção do FBI e HSI em Miami, um homem foi identificado por ser o autor de uma série de crimes. De origem brasileira, o autor dos crimes teria criado um esquema de pirâmide financeira.

Com a Mining Capital Coin (MCC), ele prometia que investidores receberiam lucros fixos ao mês, com uma taxa acima do mercado. Além disso, ele prometia brindes de relógios e iPad da Apple até chegar a uma Lamborghini, Porsche, sendo oferecido até seu próprio Ferrari.

Para justificar os ganhos, ele vendia pacotes de mineração para os investidores. Segundo o promotor e seus líderes, eles tinham uma DAO para administrar os recursos, tornando a administração supostamente descentralizada.

Além disso, Luiz Carlos afirmava ter trading bots operando em corretoras internacionais. Os investigadores, contudo, acreditam que tudo isso era fachada para um crime financeiro. O procurador dos EUA, Juan Antonio Gonzalez, disse que investidores devem tomar cuidado com promessas de lucros certos e rápidos.

“Como em qualquer mercado emergente, aqueles que investem em criptomoedas devem tomar cuidado com as oportunidades de lucro que parecem boas demais para ser verdade”.

Na fase de acusação, o brasileiro é apontado por criar uma conspiração para cometer fraude eletrônica, conspiração para cometer fraude de valores mobiliários e conspiração para cometer lavagem de dinheiro internacional.

“Caso serve de exemplo”

Ao comentar o caso, o agente especial encarregado da HSI Miami, Anthony Salisbury, disse que a prisão do brasileiro servirá de exemplo para outros que procurem criar golpes de investimentos.

“Este caso deve servir como um aviso para qualquer indivíduo que procure capitalizar ilegalmente a ambiguidade percebida do emergente mercado de criptomoedas para tirar vantagem de investidores inocentes”.

Como o processo está na fase de acusação, Luiz Carlos ainda é considerado inocente. Se condenado pelos possíveis crimes cometidos, ele poderá passar 45 anos na prisão.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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