Um brasileiro que estava nos EUA foi acusado de promover um golpe com criptomoedas avaliado em R$ 317 milhões. Segundo os investigadores, o homem criou uma plataforma que afirmava minerar criptomoedas, além de realizar operações com robôs em corretoras.
Chamada Mining Capital Coin (MCC), o golpe chegou a ter páginas criadas em português nas redes sociais, segundo apurado pelo Livecoins. Seu criador e CEO era Luiz Carlos Capuci Junior, que morava no Distrito Federal.
No Brasil, ele já respondeu a uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Mato Grosso do Sul, que ainda tramita na justiça. Além disso, ele foi acionado pelo Itaú após financiar um veículo Mercedes-Benz e não pagar suas dívidas, caso que também corre na justiça brasileira.
Brasileiro é acusado nos EUA de promover golpe multi-milionário com criptomoedas
Segundo a justiça dos Estados Unidos, após uma investigação conduzida pela seção do FBI e HSI em Miami, um homem foi identificado por ser o autor de uma série de crimes. De origem brasileira, o autor dos crimes teria criado um esquema de pirâmide financeira.
Com a Mining Capital Coin (MCC), ele prometia que investidores receberiam lucros fixos ao mês, com uma taxa acima do mercado. Além disso, ele prometia brindes de relógios e iPad da Apple até chegar a uma Lamborghini, Porsche, sendo oferecido até seu próprio Ferrari.
Para justificar os ganhos, ele vendia pacotes de mineração para os investidores. Segundo o promotor e seus líderes, eles tinham uma DAO para administrar os recursos, tornando a administração supostamente descentralizada.
Além disso, Luiz Carlos afirmava ter trading bots operando em corretoras internacionais. Os investigadores, contudo, acreditam que tudo isso era fachada para um crime financeiro. O procurador dos EUA, Juan Antonio Gonzalez, disse que investidores devem tomar cuidado com promessas de lucros certos e rápidos.
“Como em qualquer mercado emergente, aqueles que investem em criptomoedas devem tomar cuidado com as oportunidades de lucro que parecem boas demais para ser verdade”.
Na fase de acusação, o brasileiro é apontado por criar uma conspiração para cometer fraude eletrônica, conspiração para cometer fraude de valores mobiliários e conspiração para cometer lavagem de dinheiro internacional.
“Caso serve de exemplo”
Ao comentar o caso, o agente especial encarregado da HSI Miami, Anthony Salisbury, disse que a prisão do brasileiro servirá de exemplo para outros que procurem criar golpes de investimentos.
“Este caso deve servir como um aviso para qualquer indivíduo que procure capitalizar ilegalmente a ambiguidade percebida do emergente mercado de criptomoedas para tirar vantagem de investidores inocentes”.
Como o processo está na fase de acusação, Luiz Carlos ainda é considerado inocente. Se condenado pelos possíveis crimes cometidos, ele poderá passar 45 anos na prisão.