Em uma extensa postagem no blog da Binance, Changpeng Zhao (CZ) afirma que não se considera chinês, mas apenas canadense. A razão de seu discurso é Guangying Heina Chen — chinesa por trás da Bijie Tech, também fundada por Zhao — que serviu de origem para algumas teorias da conspiração.
Segundo o fundador da Binance, exchanges concorrentes estão utilizando a mídia para falsamente afirmar que sua empresa possui ligação com a China. Em seguida, aponta que frequentemente precisa explicar, para pessoas poderosas, a diferença entre a CoinDesk, um dos portais com maior reputação mundial, e o CoinGeek, um site que afirma que Craig Wright é Satoshi Nakamoto.
“Apesar desses fatos, algumas pessoas insistem em nos chamar de “empresa chinesa” e não fazem isso com boas intenções.”
Quem é Guangying Chen?
O início desta discussão começa com a indignação de Changpeng Zhao com a pergunta “quem é Guangying Chen”, feita por um ex-jornalista do Washington Post no Twitter.
Segundo Zhao, Guangying Chen trabalhou para ele na Bijie Tech, empresa fundada por CZ em 2015. Conforme a empresa estava situada na China, Chen se tornou a representante legal da mesma, facilitando o processo já que Zhao é considerado um estrangeiro no país onde nasceu e viveu por 12 anos.
“Devido às leis restritivas na China em torno de estrangeiros (como eu, um cidadão canadense), é muito mais fácil ter um cidadão chinês como representante legal listado.”
Seguindo, o fundador da Binance comenta que tal ligação serviu para que seus concorrentes criassem teorias da conspiração. A maior delas é que a Binance pertence a Guangying Chen e, desta forma, é uma empresa controlada pelo governo da China.
“Os detratores da Binance aproveitaram a oportunidade para espalhar uma teoria da conspiração de que Guangying era secretamente a proprietária da Bijie Tech e possivelmente até mesmo da Binance.”
Finalizando, Zhao comenta que ela não é dona da Binance, bem como não é uma agente secreta do governo chinês.
Fundador da Binance nega suas origens chinesas
Também nesta postagem, Zhao faz um resumo de sua vida aos leitores. Em 1989, com apenas 12 anos, abandonou a China junto à sua mãe com destino ao Canadá, onde terminou seus estudos e iniciou sua vida profissional.
“Mudou minha vida para sempre e abriu infinitas possibilidades para mim.”
Em seguida, conta que trabalhou em Tóquio e em Nova York para a Bloomberg. Já em 2005, voltou a China para aproveitar a impulsão da indústria de tecnologia web, fundando sua primeira startup.
“A empresa foi designada como “Empresa Estrangeira de Propriedade Integral” (WOFE), pois nenhum de nós era cidadão chinês.”
Seguindo, comenta que por este fato precisou pagar 25% de impostos a mais ao vender sua casa, cujo dinheiro foi usado para comprar bitcoins, em 2014. Já no ano seguinte, fundou a Bijie Tech, empresa que oferecia serviços a exchanges de criptomoedas, mas esta teve que ser abandonada em 2017 devido ao banimento do setor pela China.
Binance é criada, na China
Em julho daquele mesmo ano, Changpeng Zhao reuniu parte da equipe da Bijie Tech e fundou a Binance, ainda na China. Mas dois meses depois, em setembro, precisaram sair de lá devido a outro banimento pela China, antes mesmo da Binance estar propriamente estabelecida.
“A ironia de que mais uma vez fui forçado a deixar a China — aproximadamente trinta anos depois que meus pais fugiram com minha irmã e eu — não passou despercebida.”
Sendo assim, Zhao afirma que a Binance não foi incorporada na China e que a mesma não possui uma cultura chinesa.
Em outras partes do texto, Zhao destaca que, no momento, a equipe executiva de sua corretora é dominada por europeus e americanos. Além disso, também nota que sua empresa possui subsidiárias em diversos países, menos na China.
Finalizando, ainda que tenha nascido na China, morado lá por 12 anos e então retornado a seu país natal quando adulto para empreender, Changpeng Zhao nega suas origens chinesas.
“Minhas favoritas são as notícias que se esforçam para notar que sou um “CEO chinês canadense”, ou melhor ainda, “nascido na China, educado no Canadá”. Sou um cidadão canadense, ponto.”