Chinês é condenado à prisão perpétua: A última vítima da guerra da China contra o Bitcoin

O caso de Yi Xiao serve como um exemplo claro das repercussões que esperam aqueles que desafiam o governo chinês, especialmente quando envolvem atividades relacionadas à criptomoeda.

Um tribunal chinês sentenciou Yi Xiao, ex-membro do Partido Comunista Chinês (PCC), a uma pena de prisão perpétua, culpando-o por inúmeros atos de corrupção, incluindo facilitar a mineração de criptomoedas no país.

De acordo com o processo, Xiao, anteriormente vice-presidente do comitê provincial de Jiangxi da Conferência Consultiva Política Popular, aceitou subornos que somavam mais de 125 milhões de yuans (aproximadamente R$ 83 milhões) ao longo de uma década.

Sua cumplicidade com empresas de mineração de criptomoedas durante seu mandato como secretário tornou-se especialmente polêmico, visto que a mineração é uma atividade proibida na China.

Na cruzada contra as criptomoedas, chinês é condenado à prisão perpétua

O tribunal alegou que os crimes de Xiao causaram “perdas significativas para a propriedade pública, interesses nacionais e populares”. Além de sua sentença de prisão, Xiao foi despojado de todos os direitos políticos pelo resto de sua vida e teve sua vasta fortuna pessoal confiscada.

A relação da China com o mundo das criptomoedas sempre foi uma guerra. Em 2013, o país já havia demonstrado sua posição ao proibir os bancos de conduzir transações em criptomoedas.

A situação se intensificou em 2017 com a proibição de ICOs (Ofertas Iniciais de Moedas), em um esforço para proteger a moeda nacional, o yuan, e evitar a saída de fundos do país.

O foco voltou-se para a mineração de Bitcoin (BTC) em 2019, quando a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC) rotulou a atividade como “indesejável”.

China e sua batalha contra as criptomoedas

O ano de 2020 viu um aumento na repressão estatal à indústria de criptomoedas emergente. O Banco Popular da China (PBoC) fez um movimento significativo, anunciando sua intenção de bloquear mais de 100 sites estrangeiros que ofereciam serviços de negociação de criptomoedas.

No entanto, foi em 2021 que a proibição da mineração de criptomoedas realmente ganhou força. Três províncias, Mongólia Interior, Xinjiang e Sichuan, eram reconhecidas como os maiores centros de mineração de Bitcoin (BTC) da China.

Estima-se que o país era responsável por quase metade da mineração global de Bitcoin. A sentença final contra a mineração foi proferida em setembro de 2021, com a decisão oficial de erradicar completamente a atividade.

O caso de Yi Xiao serve como um exemplo claro das repercussões que esperam aqueles que desafiam o governo chinês, especialmente quando envolvem atividades relacionadas à criptomoeda.

Enquanto muitos no ecossistema das criptomoedas observam a repressão chinesa como uma oportunidade para outros países emergirem como líderes, o governo chinês claramente vê o Bitcoin como uma ameaça ao seu controle financeiro e à estabilidade nacional.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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