Brian Armstrong, cofundador e CEO da Coinbase, a maior e mais popular corretora de criptomoedas dos EUA, se juntou a outros 40 empresários do setor e lançou uma campanha para pressionar o Congresso Americano na elaboração de uma legislação mais amigável às criptomoedas.
O objetivo dos que podem ser considerados parte do maior lobby de criptomoedas do mercado, ressoa um sentimento crescente: que os EUA precisam se alinhar com as diretrizes do G20 em relação à regulamentação das criptomoedas.
O apelo de Armstrong por clareza regulatória ganha mais peso em meio ao cenário político atual, onde decisões influentes e interações de alto perfil estão ocorrendo.
Enquanto a ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, se reuniu com Armstrong, o atual presidente da câmara, Kevin McCarthy, encontra-se em um dilema entre manter sua posição e evitar uma potencial paralisação do governo (shutdown).
Coinbase vs SEC
O presidente da Comissão de Valores Mobiliários (SEC), Gary Gensler, enfrenta críticas não apenas por suas visões sobre criptomoedas, mas também por potenciais reduções de pessoal na SEC.
Além disso, a insistência de Gensler de que a maioria das criptomoedas são títulos, contrariando recentes decisões judiciais, tem irritado congressistas no país.
Na tarde de ontem (27) o presidente da SEC americana foi alvo de uma audiência que durou quase cinco horas para falar sobre a classificação das criptomoedas e o trabalho da agência.
Gensler optou por abordar a questão dos ativos digitais em sua declaração de abertura, reiterando uma posição que manteve ao longo de sua gestão: as empresas de criptomoedas podem se registrar de maneira compatível, mas não querem.
Durante a audiência, o presidente do comitê ameaçou intimá-lo pela falha da SEC em apresentar documentos relativos ao momento da prisão do fundador da FTX, pouco antes de ele testemunhar perante o Congresso.
“Não quero ser o primeiro presidente deste comitê a emitir uma intimação à Comissão de Valores Mobiliários”, disse McHenry.
Enquanto a audiência acontecia, a Coinbase lançava sua campanha do lado de fora, distribuindo folhetos e bebidas. Ao mesmo tempo, um carro forte azul ficou parado no local com a frase: “O futuro do dinheiro não se move em um carro forte.”
Live at the @coinbase money truck in DC – the future of money doesn’t move on a truck
“Is there a @Ledger in the back?” – @twobitidiot <— who then pulls out a ledger. 😂
Cold Brew cans with crypto stats being served.
Rolling deep to @GaryGensler hearing. #StandWithCrypto pic.twitter.com/8SWJr2nIt5— MultiChainMike 🏴☠️ (@MikeFraietta) September 27, 2023
Coinbase handing out cold brew on Cap Hill pic.twitter.com/4vXWXB7zRJ
— Eli Tan (@elitanjourno) September 27, 2023
America Loves Crypto
A Coinbase publicou um artigo no Washington Post, um dos maiores jornais do país, ressaltando que 52 milhões de americanos agora são proprietários de criptomoedas.
Mais notável é o fato de que esta indústria parece transcender linhas partidárias, com propriedades semelhantes entre democratas, republicanos e independentes.
No entanto, apesar desse claro apelo popular e mais de um ano de lobby, o progresso no Congresso tem sido vagaroso. A indústria cripto, que uma vez começou do zero, agora está no centro das atenções, desafiando agências como a SEC e suas tentativas percebidas de ultrapassar seus limites jurisdicionais.
Porém, enquanto a Coinbase e outras empresas do setor buscam uma legislação amigável, também enfrentam o risco de se tornarem vítimas de regulações que possam impedir a diversidade e inovação.
Armstrong e seus colegas fundadores estão jogando um jogo de campo minado. Com 52 milhões de americanos no mercado, a mensagem é clara: esta não é uma indústria de nicho, mas sim um reflexo da população americana.
A luta é real, mas como Yuga Cohler, da Coinbase, articulou: as criptomoedas representam um ideal profundamente americano, o futuro do dinheiro. Elas podem estar em uma batalha agora, mas a indústria cripto tem o potencial e a convicção de emergir vitoriosa.