Mairead McGuinness, ex-vice-presidente do Parlamento Europeu e atualmente comissária europeia de Serviços Financeiros, afirmou que apesar de a Europa e os EUA esterem adiantados sobre a regulação das criptomoedas, isso deve ser conduzido de forma global.
Embora enxergue os benefícios das criptomoedas para o mundo, como a remoção de intermediários e redução de custos em transações, McGuinness nota que seus riscos não devem ser subestimados.
Como destaque, seu texto aponta para a invasão de propagandas de exchanges durante o Super Bowl. Para a comissária, isso contribui para a prática de promessas do setor que podem não ser cumpridas, impactando na vida destes investidores.
Muita regulação e pouca educação
O ponto positivo do texto de Mairead McGuinness é que a comissária consegue entender os benefícios das criptomoedas. Segundo McGuinness, elas têm o potencial de tornar transações mais baratas, rápidas e seguras, além disso, destaca a acessibilidade das mesmas, bem como a sua transparência.
Contudo, inicia as críticas alegando que investidores são enganados por promessas, bem como arriscam perder capital devido a golpes e outras características naturais de qualquer mercado, como a volatilidade.
“Com as criptomoeda sem regulação, os consumidores arriscam comprar produtos inadequados, confiando em informações incompletas.”
“Os investidores arriscam perder dinheiro devido à fraude, artifícios ou simplesmente pela volatilidade que caracteriza os mercados de criptomoedas desde o seu início.”
Claro que este mercado está sujeito a perdas, como qualquer outro. Contudo, muito se ouve falar em regulação, com o governo decidindo o que é legal ou não, e pouco se ouve sobre educação. Em outras palavras, seria mais fácil educar o investidor, preparando-o para qualquer mercado, do que decidir, por ele, em quais ativos ele deve investir.
Regulação global
Citando o andamento das leis em votação no Parlamento Europeu e a ordem assinada por Joe Biden, presidente dos EUA, em março deste ano, McGuinness então destaca quatro pontos, afirmando que tal posicionamento sobre as criptomoedas deve ser global.
- Um acordo global sobre criptomoedas primeiramente deve consagrar que nenhum produto permaneça sem regulamentação.
- Em segundo lugar, os supervisores devem coletar e trocar informações globalmente.
- Terceiro, qualquer acordo deve proteger os pequenos investidores.
- Quarto, o ecossistema de criptomoedas deve integrar totalmente as considerações ambientais.
“Não temos tempo a perder na gestão desta transformação em benefício dos investidores, das empresas e da sociedade em geral.”
Contudo, embora seus esforços pareçam nobres, esta é mais uma medida para que governos decidam por seus cidadãos em quais ativos eles devem investir. Como exemplo, no futuro eles podem definir que o Ethereum é um ativo mobiliário, principalmente após migrar para PoS, e então proibir a negociação e uso do mesmo, ou então que o Bitcoin não pode mais ser usado porque sua mineração usa energia elétrica.
Portanto, o melhor caminho ainda é a educação financeira, ainda muito fraca em nossa sociedade. Afinal, antes do Bitcoin tornar-se popular, muitos acreditam que o Real tinha lastro em ouro. Alguns, como nosso deputado federal Celso Russomano, ainda acreditam nisso.