Tanto o banco Silvergate quanto o Silicon Valley Bank devem começar a receber ofertas de compra nesta sexta-feira (17). No entanto, duas fontes da Reuters apontam que há uma condição especial na aquisição do Signature.
Segundo as informações, os compradores devem concordar em abandonar todos os negócios ligados a criptomoedas.
A cláusula, caso verdadeira, é bastante polêmica. Afinal, Barney Frank, responsável pela Lei Dodd-Frank, afirmou nesta semana que o fechamento do Signature foi arbitrário e o banco estava sendo usado como um “garoto-propaganda” em uma “mensagem anti-cripto” enviada pelo governo americano.
O Departamento de Serviços Financeiros de Nova York até rebateu Frank no dia seguinte. No entanto, essa nova informação dá mais sustento aos argumentos do ex-congressista americano.
Elon Musk estaria interessado na compra de banco falido
Após a aquisição do Twitter, o bilionário Elon Musk já mostrou planos de criar um “super aplicativo” com diversas funcionalidades, como rede social, carteira de criptomoedas e outros serviços.
Portanto, o leilão dos bancos falidos chamou a atenção de Musk na semana passada.
“— Acredito que o Twitter deveria comprar o SVB e virar um banco digital”, comentou o co-fundador da Razer.
“— Estou aberto a ideia”, respondeu Elon Musk.
I’m open to the idea
— Elon Musk (@elonmusk) March 11, 2023
Embora a conversa fosse sobre o Silicon Valley Bank (SVB), o bilionário também poderia ter interesse no Signature. Afinal, o banco é conhecido por ser amigo das criptomoedas e Musk e suas empresas continuam segurando Bitcoin.
No entanto, as informações da Reuters podem fazer o bilionário desistir dessa ideia.
“Qualquer comprador do Signature deve concordar em desistir de todos os negócios envolvendo criptomoedas no banco”, disseram duas fontes anônimas à Reuters.
Por fim, tanto agências governamentais quanto o próprio banco se recusaram a comentar o caso à Reuters. De qualquer forma, as informações esquentam a discussão sobre a Operação Choke Point 2.0.
Crise bancária se estende a outros países
Após o fechamento de três bancos americanos, incluindo o 16º maior do país, a crise bancária está se espalhando para outros continentes.
O Credit Suisse, por exemplo, afirmou nesta quinta-feira (16) que está tomando 50 bilhões de francos suíços (R$ 284 bilhões) do Banco Central da Suíça para fortalecer suas operações.
Entre esta terça (14) e quarta-feira (15), as ações do banco caíram 31%. Desde o início do ano, o Credit Suisse está em queda de 71%, mesmo após uma alta de 22% com o anúncio acima.
Portanto, é possível que mais bancos quebrem e Elon Musk possa escolher com calma qual deles deseja comprar para usar em seu super aplicativo. Indo além, agora governos parecem ter preocupações maiores do que as criptomoedas.