Em carta publicada nesta segunda-feira (11), o Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) promete apresentar um conjunto de leis internacionais ao G20 em outubro deste ano. Embora o texto foque em stablecoins, manchadas pelo fiasco da TerraUSD (UST), é possível que o mesmo aproveite a oportunidade para martelar outras criptomoedas.
Citando a palavra “risco”, no plural ou singular, em cada parágrafo do documento, o órgão cita que o cripto-mercado possui vulnerabilidades que podem ter impacto no sistema tradicional à medida que os dois criam mais laços.
Sendo assim, este pode ser o início de uma grande regulamentação global, a ser seguida tanto por potências globais quanto por países em desenvolvimento. Em outras palavras, isso pode moldar o futuro das criptomoedas.
FSB apresentará recomendações em outubro
Fundado no mesmo ano em que o Bitcoin foi criado, 2009, o Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) é formado por grandes nomes. Como destaque, temos o brasileiro Roberto Campos Neto, presidente do BC, e Gary Gensler, presidente da CVM dos EUA.
Segundo o documento publicado pelo FSB nesta segunda-feira (11), seu principal medo está ligada as stablecoins. O motivo pode ser justamente a sua estabilidade, que facilita a adoção, contudo sua segurança é dependente de terceiros.
“O FSB apresentará um relatório de consulta pública sobre a revisão de suas recomendações para a regulamentação, supervisão e fiscalização global sobre stablecoins,” aponta o texto do FSB. “Incluindo como as estruturas existentes podem ser estendidas para fechar lacunas e implementar recomendações de alto nível.”
Tais recomendações serão apresentadas em outubro deste ano aos primeiros-ministros e banqueiros centrais do G20, incluindo do Brasil. Portanto, espera-se que tenha grande impacto na coordenação global.
Criptomoedas estão tomando o mundo
Embora tenham ignorado as criptomoedas por diversos anos, o próprio FSB cita que elas estão evoluindo rapidamente. Além do Bitcoin, hoje é possível encontrar diversas outras moedas e casos de uso para as mesmas.
Com isso, a adoção global também está disparando. No último relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), é possível vislumbrar a crescente adoção.
Em três países, Ucrânia, Rússia e Venezuela, mais de 10% da população possuem contato com criptomoedas, em geral. Já no Brasil, cerca de 1 a cada 20 brasileiros está ligado a esta nova forma de dinheiro.
Portanto, estamos em uma grande fase de acumulação, podendo demorar pouco tempo até que o Bitcoin e outras criptomoedas passem a circular no mesmo ritmo que moedas fiduciárias, especialmente em países afetados pela inflação. Portanto, os reguladores que se apressem.