A corretora de criptomoedas brasileira BlueBenx confessou ter cometido um erro simples ao gerenciar recursos de clientes, o que levou a plataforma a perder milhões de reais.
Na justiça, um investidor conseguiu nos últimos dias uma tutela de urgência para bloquear recursos do grupo de empresas e seus sócios.
E tudo começou no dia 11 de agosto, exatamente há 12 dias, quando a empresa bloqueou todos os saques de investidores.
Na ocasião, todos os credores foram informados que houve um ataque hacker em um pool de liquidez ligado a um token da plataforma, o que causou um prejuízo multimilionário.
Dias depois, a versão foi alterada pela empresa, que confessou ter enviado a pessoas que se passavam por uma corretora de criptomoedas. Ao receber o valor em ativo digital, eles liquidaram a reserva e drenaram recursos até da reserva da corretora, problema iniciado em julho.
Entenda como a corretora de criptomoedas cometeu erro simples e perdeu milhões
Qualquer usuário de criptomoedas, mesmo aqueles iniciantes, sabem que este é um setor de riscos. Isso porque, ter cuidado com chaves privadas de carteiras, evitar clicar em links falsos, realizar downloads apenas de fontes confiáveis, são apenas alguns dos cuidados comuns.
Contudo, interações por e-mail certamente são pontos de extrema atenção, principalmente em uma era em spams são comuns.
E segundo informações reveladas pelo CEO da BlueBenx ao Istoé Dinheiro, ele enviou tokens da corretora para golpistas que fingiam ser da Bitrue, plataforma que supostamente estaria interessada em listar o token da empresa brasileira.
O que chamou atenção nas informações reveladas pelo presidente da BlueBenx é que ele aparentemente cometeu um erro simples, de não checar se era um e-mail oficial da corretora com quem negociava.
Ou seja, ao que tudo indica, os golpistas convenceram o empresário a enviar milhares de tokens e mais de R$ 1 milhão apenas usando a imagem da empresa de Cingapura.
O próprio CEO admitiu que o erro foi primário, ao não se conferir duas vezes o endereço de e-mail dos golpistas.
Duas letras mudaram tudo, inclusive o futuro de uma empresa
Ao negociar com golpistas, a BlueBenx interagiu com o e-mail “listining@bitrue.com“, sendo que o oficial da plataforma de Cingapura é “listing@bitrue.com“. Ou seja, apenas duas letras selaram o colapso de uma empresa brasileira.
Clientes seguem sem investimento e aguardam por novidades, enquanto muitos funcionários já foram demitidos. A empresa agora espera conseguir um processo de recuperação judicial para tentar devolver valores aos credores.