Uma corretora emitiu um polêmico aviso de que ficou sem criptomoedas e liquidez, suspendendo suas operações para clientes por prazo indeterminado. Esse sinal é preocupante com um mercado em baixa e reforça velhas regras do setor.
Durante o último inverno cripto, período entre 2018 e 2019 que ficou conhecido por ser de grande baixa na cotação das criptomoedas, muitas corretoras faliram. Essas empresas precisam de volume de operações para se sustentarem, visto que ganham na taxa de intermediação de negociações.
Contudo, muitas nem tinham as moedas que afirmavam ter, ou apenas deram o golpe em seus clientes e sumiram com os fundos deles. Na Nova Zelândia, por exemplo, a corretora de Bitcoin Cryptopia entrou em processo de falência, após ter supostamente sido alvo de um ataque hacker, levando saldos de usuários no processo. Esse foi apenas um caso.
Corretora fica sem criptomoedas e suspende operações por tempo indeterminado
Novamente na Nova Zelândia, uma nova corretora afirma que ficou sem criptomoedas para atender seus clientes, suspendendo suas operações por prazo indeterminado.
Na justificativa feita ao mercado, a corretora informou que ocorreu uma tempestade perfeita, com queda na liquidez, no preço das criptomoedas e um aumento nas despesas da plataforma.
“ocorreu uma tempestade perfeita, onde a liquidez diminuiu, o mercado caiu e nossas despesas gerais aumentaram. Isso corroeu o capital de negociação e a liquidez a um ponto em que sentimos que não poderíamos garantir a execução rápida da negociação e a liquidez dos fundos dos clientes.”
Entre os custos que a corretora diz ter impactado seus negócios, além das despesas gerais, são os relacionados a compliance. Eles pediram que os clientes fiquem atentos que a plataforma prepara um plano de recuperação e até uma possível rodada de investimentos Série A para voltar a funcionar.
O que alivia um pouco no problema da BitPrime é que a corretora diz não realizar custódia de moedas para clientes. Ou seja, a paralisação das negociações não afetou traders que usam a plataforma, que tem suas moedas em suas carteiras.
Mesmo assim, ver que uma corretora já está sem liquidez é preocupante para o mercado, que pode estar entrando novamente em seu inverno cripto.
O que é o “Proof of Keys” e como ele pode te ajudar?
Anualmente, a comunidade bitcoin adota a prática do Proof of Keys, que na tradução literal seria a Prova de Chaves. Um dos lemas do mercado é que se as chaves não pertencem ao usuário, então as criptomoedas não pertencem a ele.
E temendo que corretoras não tenham a liquidez que afirmam ter, muitos usuários sacam seus valores das plataformas e guardam em carteiras seguras. Dessa forma, se todos os clientes de uma empresa fizerem este movimento e os saques forem processados sem problemas, a corretora dizia a verdade.
Contudo, caso os saques não sejam processados com um saque em massa, é provável que a corretora não detinha os fundos que afirmava, sendo este um problema sério. Vale lembrar que corretoras são pontos centrais de falha e, na teoria, não é recomendado manter moedas nessas empresas mais que o necessário para trades.
Assim, com o mercado em queda, quem for holder e quer manter seu patrimônio digital pelos próximos anos, o recomendado é sacar de corretoras, situação que pode ajudar a evitar colapsos em corretoras, caso aconteçam.