Novas revelações divulgadas nesta segunda-feira (19), pela FT, revelam que a corretora de criptomoedas Cryptocom operava alguns trades internos, em um possível conflito de interesses contra seus clientes.
De acordo com as novas informações sobre a corretora, ela tem equipes internas que negociam criptomoedas contra os clientes.
Com isso, um grande volume de mercado operado pelas equipes fornecem liquidez no mercado, mas podem representar um risco a transparência do negócio.
Publicamente, a Crypto não comentou sobre o caso ainda, mas respondeu para a reportagem que não mente para clientes.
Corretora de criptomoedas tem equipe de trades interna para operar contra clientes, sugere fonte
Na maioria das corretoras de criptomoedas, o mercado conta com apoio de market makers, empresas privadas das quais fornecem seus serviços para as plataformas.
Na prática, muitas deixam claro quem são seus market makers, o que ajuda no processo de transparência e garante que uma determinada corretora não negocia contra o interesse de seus próprios clientes.
Mas desde o início de junho, a Binance nos Estados Unidos recebeu acusações de que o CEO CZ, responsável pela empresa global, estava negociando para os clientes do país. Vale lembrar que a Binance e a SEC chegaram a um acordo e o caso se acalmou.
Contudo, a FT apontou que desde o lançamento da Cryptocom, sua operação interna não estava conhecida publicamente entre clientes. Ou seja, muitos que compraram e venderam na plataforma não sabiam que suas negociações poderiam estar sendo absorvidas pela própria plataforma.
Corretora confirmou que tem um formador de mercado interno, mas nega que mentia a clientes
Em comentários ao público na própria reportagem da FT, a corretora de criptomoedas confessou que tem uma equipe de trades interna. Conforme nota encaminhada, eles indicam que a operação interna atua de forma similar a empresas terceirizadas, com ética e responsabilidade.
Indicando que “está não é uma prática controversa”, responsáveis pela corretora negam que tenham mentido para seus clientes. Assim, indicou que sua maior receita vem do aplicativo da Crypto, mas que a equipe de trades internas opera de forma neutra.
Alegando que todas as corretoras do mercado monitoram o volume de seus concorrentes, a Crypto declarou que sua equipe interna tenta apenas melhorar a liquidez da plataforma.
Vale lembrar que muitos clientes seguem reclamando que a corretora Crypto não lhes informou sobre o fim das negociações nos Estados Unidos, que ocorrerá a partir do dia 21 de junho, ou seja, na próxima quarta-feira.
“Crypto agora que eu vendi minhas criptomoedas porque você está fechando o serviço de exchange, e quanto ao meu nfts, o que vai acontecer e por que você não notificou os clientes sobre o fechamento em 21 de junho“, perguntou cliente via Twitter. Em resposta, corretora pediu que cliente procure o suporte para mais informações detalhadas.
Hello Matt! Please send us a DM at @cryptocomcs with your referral code and a brief description of your enquiry. We will gladly address any concerns that you may have regarding your NFTs. Thank you!
— Crypto.com Customer Support (@cryptocomcs) June 19, 2023
Após ver seus concorrentes sofrendo com a SEC nos EUA, como a Coinbase e Binance, o CEO da Crypto comentou o caso no dia 10 de junho. De acordo com Kris, o mercado de criptomoedas saíra mais forte da atual pressão dos reguladores.
“Como esperado, após a ação desta semana na frente regulatória, vimos algumas remoções de pares causando vendas no mercado. Acho que estamos no estágio “então eles brigam com você” na curva de adoção de criptomoedas. Não se engane: a indústria de criptomoedas passará por isso e sairá mais forte do que nunca.”
As expected, following this week’s action on the regulatory front, we saw some delistings causing market selloff.
I guess we are in the “then they fight you” stage on the crypto adoption curve.
Make no mistake: crypto industry will go through this and emerge stronger than…
— Kris | Crypto.com (@kris) June 10, 2023
Empresa ganhou fama com apoio da Matt Damon e patrocínio na Fórmula 1 da Aston Martin
Com sede em Cingapura, mas com negócios nos EUA, Brasil e outros países, a corretora se tornou famosa nos últimos anos. Entre os motivos que a levaram a ganhar mercado foi a sua associação com o ator de Hollywood, Matt Damon.
Além disso, a empresa patrocina a equipe de Fórmula 1 da Aston Martin, que tem o campeão Fernando Alonso como um de seus pilotos.