Uma gigante das criptomoedas foi condenada a pagar R$ 1 milhão em danos para mais de 100 investidores por ficar fora do ar durante a alta do bitcoin em 2017.
A corretora, líder de mercado na Coreia do Sul, ficou fora do ar devido ao alto volume de novos cadastros de usuários — o mesmo aconteceu com diversas corretoras pelo mundo, inclusive no Brasil, quando o bitcoin experimentava uma de suas maiores altas.
O aumento do número de usuários fez a corretora não suportar o volume e sair do ar, impendo que os usuários pudessem vender suas criptomoedas. Pouco tempo depois, as criptomoedas perderam valor e, como resultado, os clientes não conseguiram vender seus ativos antes da queda brusca.
Em meio aos diversos clientes revoltados com a situação, o caso tomou um rumo inesperado, com mais de cem investidores decidindo abrir um processo contra a Bithumb, argumentando que haviam sofrido perdas monumentais.
Bithumb é condenada a pagar R$ 1 milhão em danos
De acordo com o processo, em 12 de novembro de 2017, a corretora saiu do ar por quase 12 horas, tempo suficiente para o preço do bitcoin cair quase 1000 dólares.
Inicialmente, a justiça havia decidido contra os clientes antes que o assunto fosse levado ao Supremo Tribunal, que anulou a decisão anterior e emitiu uma decisão final sobre o assunto.
A empresa foi condenada a pagar 8.000 won (cerca de R$ 1 milhão de reais) aos 132 investidores que entram com a ação coletiva.
“O ônus ou o custo das falhas tecnológicas devem ser suportados pelo operador do serviço, não pelos usuários do serviço que pagam comissão pelo serviço.” – disse a justiça.
Bithumb investigada
Como se Bithumb não tivesse problemas suficientes, as autoridades fiscais visitaram os escritórios da corretora em 10 de janeiro em Gangnam-gu, Seul, a fim de investigar se a empresa cumpre ou não a legislação tributária sobre atividades com criptomoedas.
As autoridades fiscais estão investigando a potencial evasão fiscal, analisando as transações domésticas e internacionais conduzidas pela Bithumb Korea, Bithumb Holdings e suas afiliadas.
Além disso, funcionários de agências governamentais também estão conduzindo uma investigação sobre os proprietários da empresa, que tem uma situação considerada extremamente complicada, com um grande número de acionistas possuindo participações no negócio.
Entre eles estão várias empresas de capital aberto que não possuem nenhuma outra conexão com o setor de blockchain ou criptomoedas.
Como se não bastasse, a Bithumb também está sob investigação pela morte do vice-presidente da Vidente, empresa acionista da Bithumb, encontrado morto em sua casa, em circunstâncias duvidosas, em 30 de dezembro de 2022.
O homem era investigado pelo Ministério Público por peculato e manipulação de preços de ativos. Na época, a polícia disse que o homem cometeu suicídio.