Larry Fink, CEO da BlackRock, está preocupado com o afrouxamento monetário pelo Banco Central dos EUA. Em conversa com a Bloomberg, publicada nesta terça-feira (1º), o executivo disse acreditar que há espaço para isso, mas não concorda com a intensidade.
Seus comentários acontecem após Jerome Powell, presidente do Fed, afirmar que os cortes na taxa de juros serão menos agressivos daqui para frente. Há duas semanas, o BC americano realizou seu primeiro corte após quatro anos, surpreendendo a todos com uma redução de 0,5%.
“Olhando para o futuro, se a economia evoluir amplamente como esperado, a política se moverá ao longo do tempo em direção a uma postura mais neutra. Mas não estamos em um curso pré-definido”, disse Powell. “Os riscos são de dois lados, e continuaremos a tomar nossas decisões reunião por reunião.”
Além da inflação, já próxima de sua meta anual de 2%, o Fed também está preocupado com a recessão, definida pela contração do PIB do país. Portanto, as mudanças em sua política monetária visam equilibrar essa gangorra.
CEO da BlackRock faz comentários sobre economia americana
Segundo o FedWatch Tool do CME Group, antes o mercado estava acreditando em mais um corte de 0,5%. Após as falas de Powell, essa porcentagem caiu para menos de 40%.
Larry Fink, CEO da BlackRock, também comentou sobre o assunto.
“Acho que a curva de juros está errada. Não veremos isso e acho que o presidente Powell disse isso ontem.”
“Acredito que a quantidade de afrouxamento na curva de juros é loucura. Quero dizer, eu realmente acredito que há espaço para mais afrouxamento, mas não tanto quanto a curva indicaria”, disse Fink.
Em relação aos mercados, o executivo comentou que “eles se movem” e “precisam se reajustar”, algo que aconteceu ontem. Enquanto S&P 500 opera em queda de 1% nesta terça, Bitcoin cai 2% nas últimas 24 horas.
“Não vejo isso como um problema. Você está falando sobre o tic tac do mercado; eu não gasto tempo com isso. Estou ciente disso, mas não estou nisso, se o Federal Reserve vai afrouxar mais 150 [pontos base], veremos”, continuou Fink. “Vejo mais políticas de governos que tendem a ser mais inflacionárias do que deflacionárias e, tendo isso em mente, é difícil para mim ver mais 200 pontos base de queda nas taxas de curto prazo.”
Além da reunião de 7 de novembro, ainda há outra em 18 de dezembro, podendo o Fed fazer mais dois cortes ainda esse ano.
Economistas se preparam para “tsunami de liquidez” que trará grande alta para o Bitcoin
Conforme as políticas monetárias de grandes economias afetam todos os mercados, Larry Fink não é o único atento a essas mudanças. Em nota publicada no domingo (29), os analistas David Brickell e Chris Mill disseram esperar um “tsunami de liquidez” ligado aos EUA e a China.
“Tudo isso para dizer que as medidas tomadas pela China esta semana vão desencadear um tsunami de liquidez”, disseram os analistas. “Com o Fed cortando as taxas de forma mais agressiva e um ciclo de afrouxamento global, [o Bitcoin está] subindo antecipadamente, mas enfrentando essa drenagem de liquidez a curto prazo.”
“Na próxima semana, quando essa liquidez retornar ao mercado, espere por fogos de artifício. Antecipamos que poderemos atingir máximas históricas para o Bitcoin na próxima semana. Dizem para não ir contra o Fed. Também não vá contra a China. Definitivamente, não lute contra o Fed e a China juntos.”
Por fim, eles destacam que o Bitcoin teve seu melhor mês de setembro desde 2012 devido a essa “onda global de cortes nos juros”, também prevendo um corte de 0,25% pelo Banco Central Europeu.