Nesta quarta-feira (30), Saulo Roque, ex-funcionário da MSK Invest, empresa acusada de aplicar um golpe de R$ 1 bilhão em mais de 3 mil pessoas, deverá depor na CPI das Pirâmides Financeiras. Roque foi acusado de roubar R$ 400 milhões em criptomoedas pelo líder da companhia, Glaidson Tadeu Rosa.
O fundador da MSK usou como estratégia de defesa colocar a culpa do calote no funcionário. De acordo com Rosa, Roque teria se apropriado de todas as criptomoedas da empresa, inviabilizando, desde o final de 2021, o pagamento às pessoas que investiram seus recursos na companhia, o que logo se transformou em suspeita de golpe da pirâmide financeira.
“Trata-se de um depoimento chave para esclarecer os fatos e responsabilizar os únicos responsáveis pelo golpe, os fundadores da MSK. O material que será apresentado na CPI, incluindo documentos e comprovantes de transferências, auxiliará os parlamentares a perceber que o que foi apresentado por Glaidson é uma teia de mentiras e de contradições“, destaca advogado Jorge Calazans, do Escritório Calazans e Vieira Dias, que acompanhará o depoimento de Saulo Roque nesta quarta, na CPI.
A figura de Saulo Roque no caso MSK Invest
Saulo Roque não é apenas uma figura central na MSK Invest, mas também emerge como o principal ator nos bastidores da STM Operações, uma empresa baseada em Embu das Artes, na Grande São Paulo.
“Essa conexão lança luz sobre uma escolha que beira o inusitado: a MSK Invest optou por contratar alguém com um histórico suspeito para gerir os recursos de seus clientes“, alerta Calazans.
Para o advogado, “essa narrativa obscura adquire ainda mais complexidade quando se observa que Saulo Roque, sempre relacionado a esquemas duvidosos, emerge como protagonista em uma operação chamada STM Operações, que prometia lucros excepcionais de até 31% por mês. Em meio a essa trama intrincada, surge uma pergunta de peso: por que a MSK Invest, ciente das suspeitas que rondam Saulo Roque, tomaria a decisão arriscada de colocá-lo no comando dos recursos dos clientes? Essa contratação lança dúvidas profundas sobre as práticas de conformidade e due diligence da empresa, revelando uma negligência perturbadora ou até mesmo motivos ocultos por trás dessa escolha“.
O avanço da CPI é fundamental para trazer respostas a essas perguntas e desvendar as teias de mentiras que obscurecem a realidade, “de modo a garantir que as vítimas recebam as respostas e o esclarecimento que merecem“, conclui Calazans.