Após ser flagrado movendo milhões, criador do Ethereum propõe “endereços privados”

Vitalik Buterin está sumido das suas redes sociais em 2023, mas exploradores mostraram que ele está bem vivo. Entre os dias 6 e 19 de janeiro, o fundador do Ethereum moveu 9.700 ETH (R$ 82,2 milhões) de sua carteira principal.

Segundo análises, é provável que o endereço de recebimento pertença a Buterin. Ou seja, o desenvolvedor não vendeu nenhum ETH, ao contrário do que fez em novembro. No entanto, a recente movimentação foi suficiente para chamar atenção da comunidade.

“Vitalik Buterin transferiu 9.300 ETH (US$ 11,16 milhões) para a baleia ‘0x9e92’ nos últimos 20 dias”, apontou o Lookonchain. “O endereço ‘0xd04d’ provavelmente pertence a Vitalik Buterin, todos os 70.000 ETH recebidos do Vb3.”

Vitalik Buterin propõe endereços furtivos, com maior privacidade

Ainda em maio de 2022, Vitalik Buterin anunciava que não era mais um bilionário (em dólares) devido à queda do mercado. Mesmo assim, seus endereços são frequentemente monitorados, seja por curiosos ou até mesmo investidores que buscam sinais de venda.

Além de serem públicos, outro ponto que diminui sua privacidade é o uso de endereço ENS (vitalik.eth). No entanto, o criador do Ethereum parece cansado dos “paparazzi” de carteiras.

Na última sexta-feira (20), Buterin publicou um artigo em seu blog. Intitulado “um guia incompleto para endereços furtivos” o destaca que o Ethereum ainda possui deficiências.

“Um dos maiores desafios restantes no ecossistema Ethereum é a privacidade.”

Como solução, o desenvolvedor propõe a criação de endereços furtivos (stealth addresses). No entanto, sua explicação é longa e bastante técnica, sendo difícil imaginar que um usuário comum possa recorrer aos mesmos.

Vitalik Buterin explica funcionamento de endereços furtivos. Fonte: Reprodução.

Mesmo assim, o criador do Ethereum afirma que “endereços furtivos não são muito difíceis, a teoria já é sólida e adotá-los é apenas um detalhe de implementação”, mas nota que “o problema, no entanto, é que existem alguns detalhes de implementação bastante grandes que uma implementação realmente eficaz precisaria ser aprovada.”

Por fim, Buterin relata que um dos maiores problemas está relacionado a computadores quânticos, que em breve podem quebrar a criptografia de tais transações. Outro ponto seria a regulamentação, afinal tal implementação não seria bem vista por governos.

O passado, e o futuro, do Ethereum

Embora tenha sido lançado apenas em 30 de julho de 2015, o primeiro anúncio do Ethereum ocorreu há exatos 9 anos. Postado por Vitalik Buterin, na época com apenas 20 anos, a notícia rapidamente chamou a atenção da comunidade.

“Bem-vindo ao novo começo”, escreveu Buterin no Bitcointalk antes de detalhar a equipe do Ethereum e o funcionamento de sua criptomoeda.

Segundo dados do CoinMarketCap, o Ether (ETH) chegou a um mínimo de US$ 0,42 em 2015. Mais tarde, em 2021, atingia os US$ 4.891, uma valorização de 1.164.423% em seis anos.

Um dos principais motivos que tornaram o Ethereum a segunda maior criptomoeda do mercado foi seu ecossistema. Além de abrigar milhares de projetos, também deu vida a novos setores. Devido a sua mais recente atualização, chamada The Merge, também conseguiu grandes melhoras em sua política monetária. Por exemplo, conseguiu reduzir sua oferta em 1.531.598 ETH (R$ 13 bilhões) nos últimos 130 dias.

Agora, seus desenvolvedores têm a difícil missão de escalar a rede, permitindo que a mesma consiga processar mais transações por segundo, sem perder sua resistência à censura ou outras questões de segurança.

Por fim, é possível que o próximo foco do Ethereum seja a privacidade do usuário, com os endereços furtivos explorados acima por Buterin ou por outra técnica, valendo acompanhar seu progresso. Enquanto isso, embora esteja longe de acontecer, os mais fanáticos seguem sonhando que o Ethereum consiga passar o Bitcoin em valor de mercado.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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