“Criptomoeda é uma insanidade coletiva”, diz conselheiro de Sérgio Moro

Uso das criptomoedas no balanço de pagamentos do Brasil.

O conselheiro de economia de Sérgio Moro, Affonso Celso Pastore, criticou o uso das criptomoedas por brasileiros. Em conversa com o jornalista Claudio Dantas do portal O Antagonista, Affonso falou também sobre o Banco Central do Brasil, autarquia que ele comandou durante o período da Ditadura Militar. Quando o presidente Figueiredo ainda era o mandatário.

Outro assunto é sobre suas divergências com o atual Ministro da Economia Paulo Guedes.

O que chama atenção é que Pastore aconselha Sérgio Moro em um momento em que o ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro lança sua pré-candidatura a presidência em 2022, pelo partido Podemos.

Criptomoeda é uma insanidade coletiva

Em conversa nos últimos dias, Affonso Pastore acabou tendo o assunto de criptomoedas em seu radar e acabou compartilhando uma posição ácida sobre o assunto. Antes de falar sobre a tecnologia, ele defendeu as fintechs e uma regulação do setor, que ajuda na concessão de créditos para as pessoas de maneira mais ágil.

Sobre criptomoedas então, Pastore acabou sendo totalmente contrário ao uso dessa tecnologia no Brasil.

“Agora sobre criptomoedas, deixa eu te dizer o seguinte, eu realmente não consigo entender que raios as pessoas têm dentro da cabeça”.

Ele citou que levou um susto quando viu as criptomoedas sendo presença na balança comercial brasileira. Pastore disse que sempre modelou bem as previsões de exportação e importação do Brasil, mas tudo mudou com a chegada das criptomoedas.

Segundo ele, o Brasil paga muito para que tenha criptomoedas em circulação, movimento que vem crescendo nos últimos meses. Affonso Pastore disse que são US$ 6 bilhões de pagamentos de serviços para processamento de criptomoedas.

“Primeiro lugar, criptomoeda não é ativo, não tem valor intrínseco, simplesmente é uma coisa volátil, gasta uma quantidade de energia gigantesca. Quer dizer, para os menininhos aqui brincarem de comprar e vender criptomoeda, o Brasil está gastando US$ 6 bilhões, eu acho isso uma loucura”.

Neste ponto, ele lembrou que o Banco Central do Brasil deve emitir moeda eletrônica e que o PIX é um passo nessa direção. Por fim, Pastore bradou que “criptomoeda é uma insanidade coletiva, que custa muito para o mundo, do ponto de vista inútil de energia, e tá custando para o Brasil, ainda só no começo da onda de criptomoedas, US$ 6 bilhões por ano“.

Crítica recorrente sobre contabilização das moedas digitais em balança comercial

Nesta segunda-feira (22), o ex-Tesoureiro do Banco Bradesco Alfredo Menezes publicou no Twitter que o Bitcoin ser contabilizado como importação e não como investimento de brasileiro no exterior distorce os dados da economia real.

Essa crítica já havia sido feita recentemente, quando um especialista em câmbio culpou Bitcoin pela desvalorização do Real. Vale lembrar que o Banco Central do Brasil reconhece o Bitcoin na balança comercial desde 2019, atendendo a um pedido do FMI.

Em uma publicação pelo Twitter, o economista austríaco Fernando Ulrich explicou nesta segunda que o Bitcoin é similar ao ouro, como uma commodity, e não poderia ser marcado como investimento.

Ele lembrou que o FMI está monitorando esse assunto e talvez até faça alterações, mas no momento não seria correto outro tratamento pelo Bacen sobre o assunto.

“O FMI está monitorando e, talvez, reavalie esta forma de contabilização. Mas, considerando as atuais definições do Balanço de Pagamentos, não consigo ver outra alternativa de classificação para a compra e venda de criptoativos como o bitcoin.”

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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