A criptomoeda Toncoin (TON), despencou no mercado após uma decisão no Brasil suspender o serviço do Telegram, indicando que os investidores estão atentos ao cenário sul-americano.
Cotada em US$ 2,19 por unidade no mercado de criptomoedas, a moeda caiu 4% nas últimas 24 horas. Parte da desvalorização do projeto ocorreu após a decisão judicial contra o Telegram no Brasil.
Com a queda, a moeda Toncoin perdeu 3% nos últimos sete dias, ainda que seu preço continue em alta de 5% nos últimos 30 dias.
O que é a decisão judicial contra o Telegram que pode ter afetado uma criptomoeda?
A justiça federal do Espírito Santo avalia desde 2022 a presença de grupo neonazistas no Telegram, que estariam buscando realizar atentados contra escolas.
Entre os ensinamentos de tais grupos estão o uso de armas e até fabricação de bombas caseiras, para causar danos em ataques terroristas.
Intimado, o Telegram tinha que entregar os dados dos usuários para a justiça e ajudar a identificar os responsáveis pelos atos. Contudo, a rede social tinha até a última quarta-feira (26), e acabou não entregando.
O juiz que cuida do caso determinou então a suspensão do serviço do Telegram no Brasil, com multa diária de R$ 1 milhão em caso de descumprimento. As operadoras de internet e lojas de aplicativo também foram intimadas a proceder com o bloqueio do aplicativo, o maior rival do WhatsApp no mundo.
Nesta quinta-feira (27), internautas relatam que não conseguem acessar suas contas sem o uso de VPN, indicando que no Brasil o Telegram já está bloqueado.
Publicamente, a rede social não fez nenhum comentário sobre o banimento até o fechamento desta matéria.
Como o banimento do Telegram afeta a comunidade de criptomoedas no país?
Assim como outras redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas, o Telegram é um importante meio de comunicação, que diz ter privacidade de ponta a ponta.
Com isso, o mercado de criptomoedas no Brasil tem grande volume de informações circulando no Telegram, com várias comunidades já criadas nos últimos anos.
Após o banimento, usuários começaram a migrar para outras plataformas ou até utilizar VPNs para manter o acesso ao serviço. Em consulta do Livecoins, o site do Telegram também se mostra indisponível no país.
Redes sociais descentralizadas
O recente banimento do Telegram também liga o alerta para a necessidade de redes sociais descentralizadas, em uma época em que se discute a nova geração da internet, a Web 3.0.
Algumas opções já buscam utilizar a base do bitcoin, como a Nostr, por exemplo, que tem ganhado destaque entre usuários.
De qualquer forma, WhatsApp, Messenger, Viber, Telegram, Signal, entre outros centralizados mais, seguem entre os mais populares no mundo.