Imagem: Youtube
Recentemente Elon Musk voltou a mostrar a sua influência dentro do criptomercado, ele não só fez Dogecoin cair após sua participação no programa SNL, como também derrubou o Bitcoin após afirmar que a Tesla não vai mais aceitar a moeda digital por causa do seu suposto uso de energia.
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No comunicado oficial da Tesla sobre Bitcoin, uma frase chamou bastante atenção ao afirmar que a empresa está “olhando para criptomoedas que usam menos energia”.
A preocupação da Tesla tem um pouco de fundamento, afinal, a empresa tem a missão de ser amiga do clima e existem estudos que mostram que o Bitcoin tem uma rede que gasta muita energia.
A estimativa é que a mineração da moeda digital gaste cerca de 129 TWh (Terawatt Hora) por ano, a mesma quantidade de energia consumida por toda a Áustria.
Com isso em mente, quais seriam as criptomoedas que a Tesla poderia estar de olho?
Quais criptomoedas têm soluções diferentes do Bitcoin para garantir a segurança da rede gastando menos energia?
O Bitcoin é uma moeda com algoritmo PoW (Proof-of-Work ou Prova de Trabalho), como toda moeda com esse tipo de funcionamento, a rede do Bitcoin depende do poder computacional (hashrate) pra minerar novos blocos, que é necessário para confirmar transações na rede.
O poder computacional é “emprestado” para a rede através de maquinas de mineração, feitas com placas de vídeo ou então como uso de chips com aplicação específica, os ASICs. E claro, como todo computador, para essas máquinas ficarem ligadas elas dependem de energia, e por serem bem sensíveis, dependem também de climatização, o que também eleva consideravelmente o consumo de energia da mineração.
Bitcoin, Ethereum, Dogecoin e Monero são exemplos de moedas que usam PoW no processo de mineração.
Para alguns o consumo de energia do Bitcoin é um problema antigo, por isso foi desenvolvido um novo consenso para a validação de transações: O Proof-of-Stake, ou Prova de Participação (PoS).
A prova de participação consome apenas uma fração da energia do PoW, prometendo as mesmas vantagens de segurança e estabilidade. A participação de cada um na blockchain é determinada pelo “stacking”, ou seja, quantas criptomoedas a pessoa “emprestou à blockchain”.
Em teoria, o PoS é mais escalável do que o PoW e “resolveria” o problema de energia.
Temos também o consenso de DAG, que é um conceito mais avançado e relativamente mais complicado do que o PoW e PoS. Nele os blocos são substituídos por vértices em uma estrutura que independe da mineração para a criação de novos blocos.
Essas redes são operadas por nós que algumas vezes precisam realizar um trabalho de PoW para validar certas atividades. No entanto, o PoW nesse caso é muito menor do que na rede do Bitcoin, tornando as criptomoedas com consenso de DAG menos intensivas no uso de energia.
A regra para o consenso PoW é que: Quanto mais a rede é usada, mais energia ela gasta. Sendo assim, se a Tesla quer apostar em criptomoedas que usem menos que 1% do Bitcoin, ou ela terá que comprar criptomoedas com pouco uso ou então ir para aquelas que fazem parte do protocolo PoS e DAG, ou então as que estão tentando algo completamente novo.
Considerando as principais que temos no mercado, pode ser que algumas dessas possam fazer parte dos estudos da empresa de Elon musk:
Criada pelo co-fundador do Ethereum, Charles Hoskinson, além do baixo consumo de energia por causa do seu consenso PoS, a ADA também tem cerca de 1000 transações por segundo, enquanto o Bitcoin está na casa das 7 TPS.
A blockchain da Cardano foi a primeira a ser revisada por um grupo de acadêmicos, dando mais “peso” a sua legitimidade. Além disso, tal como o Ethereum, a rede Cardano também possui a possibilidade de ser usada por desenvolvedores de aplicativos descentralizados (dApps).
Vale mencionar também que no meio de todo o banho de sangue causado pelas dúvidas com o consumo de energia das criptomoedas, a ADA teve um aumento de mais de 12% nas últimas 24 horas.
Para os apoiadores da moeda, ela é chamada muitas vezes de a “alternativa do PayPal”.
A XLM possui uma blockchain relativamente robusta, capaz de oferecer diferentes tipos de serviços para quem quer transferir dinheiro, principalmente em grandes quantidades.
Diferente do PoS da ADA, a XLM opera através de nós confiáveis que garantem a descentralização da rede, mas ao mesmo tempo gastando muito menos energia que o Bitcoin.
A XLM permite a criação de tokens em sua blockchain e é considerada por muitos uma das opções mais “verdes” do criptomercado.
A blockchain funciona com um consenso de PoS clássico, apostando na prova de participação e de seus validadores.
Uma das ideias da blockchain é ser uma plataforma para diferentes aplicações descentralizadas e até mesmo soluções financeiras.
Usando uma “evolução” do PoS, através de representantes e super-representastes (determinado por quanto TRX eles possuem) também é uma moeda com baixo consumo de energia em sua blockchain e que possui muito dinheiro em seu marketing.
No entanto o TRX possui problemas com um CEO muitas vezes classificado como “marqueteiro demais” e dúvidas sobre a descentralização da rede.
Para se ter uma ideia, enquanto a blockchain do Bitcoin usa 950 kWh (quilowatt hora ou 1.000 watts hora) para uma transação, a rede Nano usa apenas 0.112 Wh.
Sem precisar de mineração a Nano é um exemplo que está entre o PoW e o PoS.
Desenvolvida com o objetivo de resolver o problema de escalabilidade das blockchains em 2015, a Nano continua sendo uma opção interessante para quem está preocupado com o consumo de energia no futuro.
Tal como o Cardano, que aumentou consideravelmente recentemente, a Nano está indo muito bem, talvez bem melhor. Apesar de não ter alcançando seu preço recorde, a moeda valorizou mais de 60% nas últimas 24h.
A Ripple tem dedicado bastante tempo a criar soluções para que bancos e grandes instituições possam transferir dinheiro por uma fração do valor atual e sem gastar tanta energia como o Bitcoin.
A Ripple é criticada pelos membros do criptomercado por como ela administra o XRP, mas a moeda com sistema PoS merece destaque por ter conseguido se tornar uma das principais do mercado e por um tempo ficando até mesmo à frente do Ethereum por alguns meses.
Para alguns, XRP até mesmo vai sair na frente de outras moedas com a recente decisão da Tesla de deixar de aceitar Bitcoin por causa do alto consumo de energia.
“Seja lá o que você pensa do Elon Musk, ele acabou de dar à Ripple a melhor campanha de marketing possível para o XRP.”
Entre as suas vantagens temos uma taxa de transações bem baixa, além de uma boa velocidade de confirmação. E por ser PoS, ela se encaixa perfeitamente na classificação de uma moeda de baixo consumo de energia.
Muito querida pela comunidade que participa da blockchain, a Algorand é um projeto que pode chamar mais atenção no futuro, mas que ainda tem um longo caminho pela frente.
A IOTA tem como objetivo ser uma blockchain para transferências de valores e principalmente de dados entre dispositivos conectados à Internet das Coisas (IoT).
Com o crescimento constante desses dispositivos com a automatização de casas, a IOTA pode apresentar ainda mais casos de uso no futuro, sem deixar de lado sua natureza mais escalável e de baixo consumo de energia geral.
A ideia da Chia é não ter sua blockchain assegurada por poder computacional (ou por staking) mas sim por uso de espaço de armazenamento em HDs e SSDs.
Ao invés de poder computacional, pode-se dizer que a Chia utiliza poder de armazenamento. Ela consome muito menos energia do que que o Bitcoin ou o Ethereum, mas ainda é muito nova para medir os impactos que ela pode causar em outras áreas, como na produção de hardware.
Apesar da pouca idade, a Chia teve uma boa valorização recente, estando avaliada em mais de R$ 5 mil por cada token.
Os desenvolvedores do Ethereum estão há um bom tempo preparando a rede para a atualização 2.0.
Entre as muitas alterações que o Ethereum 2.0 vai trazer, uma das principais é a mudança de PoW para PoS, fazendo com que ela corte mais de 90% do consumo atual de energia sem perder sua escalabilidade.
Muitos começaram a postar no Ethereum recentemente e caso as promessas se cumpram, ela será uma boa opção de criptomoeda com baixo consumo de energia em sua rede.
Com mais de 9 mil moedas no criptomercado, é possível encontrar diferentes tipos de protocolos, por isso é possível saber quais criptomoedas a Tesla pode considerar, sendo as principais aquelas que usam algoritmo PoS e DAG.
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