A Comissão de Valores Mobiliários do Brasil fechou um acordo com a Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), conforme anúncio na quarta-feira (13). De acordo com a CVM, haverá um acordo de cooperação técnica com a entidade ligada ao agronegócio brasileiro, que prevê até estudos envolvendo a classe de ‘criptoativos’, dos quais se enquadram bitcoin, criptomoedas e demais tokens.
Além disso, a iniciativa defende que o lugar do agronegócio é no mercado financeiro, buscando ajudar o desenvolvimento de iniciativas ligadas. Dentre as ações planejadas, estão previstas ações educacionais e a elaboração de estudos e pesquisas mútuos, colaborando também com o desenvolvimento educacional dos servidores da Autarquia sobre os temas ligados ao agronegócio.
Além de criptomoedas, também devem ser promovidos seminários sobre Fiagro, crowdfunding e certificados.
CVM fecha parceria que apresentará a SNA inovações tecnológicas do mercado financeiro
O Colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou, em reunião realizada em 12/11/2024, acordo de cooperação técnica com a SNA.
O objetivo da parceria é fortalecer o ambiente de fomento e estudos das cadeias do agronegócio, no âmbito do Direito e da Economia, com foco na disseminação do conhecimento sobre as modalidades de acesso do setor ao Mercado de Capitais.
“A aprovação dessa parceria com a SNA representa um passo importante para fortalecer a conexão entre o agronegócio e o mercado de capitais. Com o crescente interesse do setor em acessar novas fontes de financiamento, é essencial que avancemos em estudos e pesquisas que possibilitem políticas e normas mais adequadas às necessidades específicas do agronegócio“, disse em nota da CVM o Superintendente de Securitização e Agronegócio da CVM, Bruno Gomes.
Relação do agronegócio com as criptomoedas e blockchain no Brasil
A relação entre o agronegócio e o mercado de criptomoedas está crescendo à medida que o setor agrícola brasileiro busca soluções inovadoras para financiamento, transparência e eficiência.
No caso das criptomoedas e a tecnologia blockchain oferecem um inovador meio alternativo de financiamento para produtores rurais, que muitas vezes enfrentam dificuldades com o acesso a crédito em bancos tradicionais.
Isso porque, por meio de tokens lastreados em commodities agrícolas, por exemplo, investidores podem financiar a produção e, em troca, recebem um ativo digital representativo da produção futura. Claro que qualquer emissão de tokens depende da regulação da CVM no Brasil, mostrando o quão promissor é o novo acordo de cooperação técnica com a SNA.
Vale lembrar que grandes empresas do agronegócio brasileiro estão atentas ao mercado. Em 2020, por exemplo, o próprio Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) declarou estar atento atento na Blockchain.
Dois anos depois, em 2022, um edital procurava um consultor de criptomoedas para ajudar em futuras iniciativas do MAPA.
Por fim, vale o destaque que a CVM também tem aprimorado sua estrutura pró-cripto, colocando a ABCripto em seu Comitê Consultivo de Educação.