Desinteresse assombra Ethereum, mas atualização já salvou R$ 2,7 bilhões

Em queda desde sua maior atualização da história, a palavra “desinteresse” define bem a situação atual do Ethereum. Segundo dados do Google Trends, as buscas por “ETH” estão no menor nível desde dezembro de 2020.

A queda acontece após o termo ter atingido seu pico anual entre os dias 11 e 17 de setembro, exatamente na semana em que o Ethereum abandonou a mineração por placas de vídeo.

Nos gráficos de preços, a situação é parecida. Desde agosto, o ETH já perdeu 35% de seu valor após a empolgação de investidores com o The Merge desaparecer. Entretanto, outras métricas mostram benefícios da atualização que estão sendo ignorados por investidores.

Ethereum já salvou R$ 2,7 bilhões em um mês

Hoje a inflação — ou seja, o aumento da base monetária — está sendo o principal vilão no aumento de preços de bens e serviços em todo o mundo. Em relação ao dólar, por exemplo, o Fed está aumentando a taxa de juros para controlar os preços.

Já as criptomoedas podem ser tratadas como experimentos monetários mais alternativos. O Bitcoin, por exemplo, é conhecido por sua expansão monetária controlada pela matemática e por ter um limite finito de moedas. No momento, sua inflação está em 1,72% ao ano e só tende a diminuir com os chamados halvings.

Enquanto isso, o Ethereum possuía uma expansão monetária mais agressiva que a do Bitcoin, além de não ter um limite de moedas. Antes de sua atualização, sua inflação estava em 3,65% ao ano, mas isso mudou em sua última atualização.

No momento, a inflação do Ethereum está em apenas 0,06% ao ano. Ou seja, o dinheiro dos holders (investidores de longo prazo) não é consumido pela cunhagem de novas moedas.

Inflação do Bitcoin e Ethereum (pré e pós-atualização). Fonte: Ultra Sound Money.

Com isso, o Ethereum deixou de imprimir 395.120 ETH desde sua atualização, realizada a pouco mais de um mês. No total, o montante é equivalente a R$ 2,7 bilhões, podendo chegar facilmente a R$ 30 bilhões em um ano.

Em picos de uso da rede, tal valor chegou a ficar negativo, já que a queima de parte das taxas de transações foi maior que a recompensa pela geração de novos blocos. Isso tudo em um bear market, com a rede não tendo tanta demanda assim.

O desinteresse dos investidores de Ethereum

Apesar dos números acima serem extremamente convincentes, o público não parece tão interessado assim na segunda maior criptomoeda do mercado. Segundo dados do Google Trends, as buscas pelo termo Ethereum estão em seu menor nível desde 2020.

Em uma escala de 0 a 100, o Ethereum atingiu seu pico em maio, quando seu preço chegou a R$ 23.000. Hoje, cotado a 6.920, este valor está em apenas 14 no Google Trends.

Buscar por Ethereum no Google estão no menor nível desde 2020.

Os dados acima mostram buscas globais, ou seja, que o desinteresse é unânime. No Brasil os números são parecidos, após um pico anual de procura durante a semana do The Merge, quase todos esqueceram o ETH.

Portanto, este pode ser um ótimo período de acumulação para quem pensa no longo prazo. Afinal, nada parece mais lucrativo do que comprar quando há pouca demanda e então vender quando a mesma cresce e, ao que tudo indica, o Ethereum seguirá sendo referência entre blockchains inteligentes e deve surfar outro mercado de alta no futuro.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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