Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, possui uma longa relação com o Bitcoin. Embora o banco tenha começado a trabalhar com a moeda digital este ano devido à demanda de seus clientes, Dimon continua cético em relação a maior criptomoeda.
Em recente conversa com o The Times of India, Dimon comentou sobre o aumento da inflação no mundo inteiro devido à pandemia e também aproveitou para falar sobre o Bitcoin e a sua regulamentação por governos.
O CEO do JPMorgan possui um longo histórico de desconfiança com o bitcoin, apesar disso o banco acabou se convencendo este ano de que não poderiam perder clientes, que buscavam investir na criptomoeda.
JPMorgan, inflação e Bitcoin
Dimon se mostrou preocupado com a flexibilização quantitativa (impressão de dinheiro para comprar títulos) e estímulos fiscais, são “drogas pesadas”, segundo ele. O CEO também lembrou que o crescimento é mais importânte que a inflação, basta que ele seja maior.
Já em relação ao Bitcoin, o CEO do JPMorgan parece ainda não entender que a moeda consegue ser mais de um tipo de ferramenta ao mesmo tempo, ao comentar que não sabe se o Bitcoin é um ativo, uma moeda estrangeira, apenas uma moeda, ou outro.
A única certeza de Dimon é que o governo vai encontrar um jeito de regulamentar o Bitcoin.
“Eu realmente não me importo com bitcoin. Acho que as pessoas perdem muito tempo e fôlego com isso. Mas vai ser regulamentado. Os governos regulam quase tudo. Não sei se é um ativo. Não sei se é câmbio. Não sei se é uma moeda. Não sei se são as leis de valores mobiliários, mas eles vão fazer isso. E isso vai restringi-lo até certo ponto. Mas se isso o elimina, não tenho ideia e pessoalmente não me importo. Não sou um comprador de bitcoin. Acho que se você pede dinheiro emprestado para comprar bitcoin, você é um idiota.” – disse Jamie Dimon.
Apesar disso, Dimon não parece estar preocupado, pelo contrário. Desde 2015 ele acredita que os governos farão algo a respeito do bitcoin, todavia 6 anos se passaram, o Bitcoin cresceu mais de 100 vezes em valor e o governo americano ainda não fez muito a respeito.
Dimon também disse não se importar com o preço, mesmo que ele vá para 400.000 dólares nos próximos cinco anos. Ele também aproveitou para comparar a criptomoeda com a Mania das Tulipas, chamando o Bitcoin de golpe, de forma sutil.
“Todos nós sabemos sobre bulbos de tulipas. Todos nós sabemos sobre ações da Internet. A especulação acontece em todos os mercados do mundo, inclusive nos países comunistas. Então, eu não sei porque é que há uma surpresa.” – completou.
Proteção contra a inflação
Embora o CEO do JPMorgan pareça preocupado com a inflação, ele está ignorando a melhor proteção contra ela, o Bitcoin. Ao contrário das moedas de curso forçado do governo, a emissão de BTC é linear e sem surpresas. Além disso, o seu preço não influencia a sua velocidade de mineração, como acontece com o ouro.
Neste ponto, parece que o único plano de Jamie Dimon é querer estar certo, recusando-se a mudar de opinião em relação ao Bitcoin. Apesar disso, sua longa espera por ações do governo para barrar o BTC parece ter dado passos apenas na China, outros países, como os EUA, ainda estão preferindo a liberdade.