Embora gestoras cobrem taxas de manutenção em seus ETFs de Bitcoin, algumas estão apostando em uma nova estratégia para atrair clientes. Estamos falando do pagamento de dividendos, algo difícil de ser encontrado ao investir em Bitcoin.
Segundo dados compilados pelo Protos, ao menos três ETFs já estão explorando essa nova abordagem. Os exemplos são os fundos da canadense Purpose Investments e das americanas Simplify e Roundhill Investments.
Outra gestora que pode estar de olho nessa tendência é a Grayscale, hoje gestora do maior ETF de Bitcoin do mundo, mas também das maiores taxas do mercado. Portanto, isso pode mudar o fluxo de seu fundo novamente no futuro.
Como gestoras conseguem oferecer dividendos em ETFs de Bitcoin?
Para quem já está no mercado há algum tempo, dividendos em Bitcoin podem lembrar histórias tristes envolvendo golpes, falências e calotes. Afinal, a empresa que está oferecendo esses retornos precisam gerar receita de alguma forma, o que é muito difícil.
No entanto, a estratégia de algumas gestoras parece explicar a fonte desses dividendos. Isso está ligado ao mercado de derivativos, mais especificamente de opções.
Em suma, um investidor pode comprar uma opção com prazo para dezembro de 2024, acreditando que o preço do Bitcoin chegará a US$ 100.000 nesta data. Caso o BTC feche abaixo desse valor no vencimento do contrato, tal investidor não ganha nada. Caso feche acima, ele não terá direito a nenhum extra além do valor acordado.
O mesmo acontece com aqueles que estão apostando em uma queda do Bitcoin, com a única diferença de que a explicação é inversa. São nessas diferenças que algumas gestoras estão gerando esses dividendos.
“Este fundo exclusivo utiliza uma estratégia de chamada coberta para obter rendimento”, aponta a Purpose sobre seu fundo. “Aproveitando a volatilidade disponível no Bitcoin, proporcionando aos investidores um perfil de risco e retorno diferente para complementar seu portfólio de produtos digitais.”
Segundo o site da gestora canadense, seus retornos estão em 11,9% ao ano. No entanto, vale notar que seu ETF é pequeno quando comparado aos recém-lançados nos EUA, possuindo apenas 80 milhões de dólares canadenses em ativos sob gestão.
A gestora canadense também está aplicando essa estratégia para ETFs de Ethereum, produto que ainda não foi aprovado no mercado americano. Uma explicação mais elaborada, também apresentando os riscos dessa estratégia, podem ser encontrados no site da Purpose.
Por fim, a entrada do mercado tradicional no Bitcoin pode gerar novas oportunidades aos investidores. Embora ainda estejam em seus primeiros dias, alguns executivos como Anthony Scaramucci acreditam ser apenas questão de tempo até vermos uma demanda esmagadora por Bitcoin vinda desses players.