O Grupo Bitcoin Banco (GBB), empresa com sede em Curitiba (PR) que não libera saques para os investidores desde maio deste ano, se tornou alvo de uma ação de falência judicial na segunda-feira (28). O processo foi movido por duas investidoras que têm cerca de R$ 1,4 milhão nas plataformas de negociação de criptomoedas do grupo, a Negocie Coins e a TemBtc.
De acordo com Daniel Borghetti Furlan, advogado das duas vítimas, a ação foi proposta porque o empresário Claudio Oliveira, dono do GBB, não cumpriu um acordo de pagamento formalizado no dia 20 de agosto, data em que o grupo foi alvo de um mandado de busca e apreensão expedido pela 17ª Vara Cível de Curitiba.
“Para não ter que se desfazer dos móveis e equipamentos, o empresário se comprometeu a pagar o valor devido por meio de um cheque pré-datado para o dia 27 de agosto, assinado e entregue para gente. Só que no dia combinado, quando fomos compensar o cheque, ele estava sem fundo. Esperamos uns dias e tentamos de novo, mas ele foi sustado”, disse Furlan à reportagem do Livecoins.
O advogado ainda falou que a questão com o cheque também se enquadra como estelionato e que, nos próximos dias, ele vai providenciar medidas na esfera criminal.
O Grupo Bitcoin Banco informou que não foi citado nesse processo e, quando for, se manifestará em juízo.
Mais de 100 processos na justiça do Paraná
A ação de falência judicial está na 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de Curitiba, que é de responsabilidade da juíza Mariana Gluszcynski Fowler Gusso. Além dessa ação, há outros 110 processos contra a empresa e seus sócios somente na justiça do Paraná .
As ações movidas por clientes lesados envolvem práticas abusivas, rescisão de contrato e devolução de dinheiro, inadimplência, indenizações por danos materiais, entre outras.
Entenda a crise no Grupo Bitcoin Banco
Desde maio deste ano, investidores do Grupo Bitcoin Banco não conseguem realizar saques nas exchanges da empresa. Na época, o grupo alegou que foi vítima de uma ação criminosa de clientes, que aproveitaram uma brecha no sistema e duplicaram seus saldos. O prejuízo teria sido de R$ 50 milhões.
Nos últimos meses, a Polícia Militar do Paraná cumpriu diversos mandados de busca e apreensão na sede do grupo e nos imóveis do empresário Claudio Oliveira. O empresário também teve bens bloqueados e o passaporte retido pela justiça do Paraná.
Em outubro deste ano, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) determinou que a empresa pare de ofertar ao público títulos ou contratos de investimentos coletivos.