O presidente Jair Bolsonaro empossou nesta quinta-feira (28) o economista Roberto Campos Neto como novo dirigente do Banco Central (BC). Com ampla experiência na área financeira, Campos Neto é lembrado por ser um estudioso do bitcoin e demais criptomoedas. Dentre suas meta, o novo líder do BC revelou que pretende preparar a autarquia para a modernização por meio de tecnologias como a blockchain.
Com passagens pelo Santander, no qual integrou o grupo responsável pelo desenvolvimento do projeto SuperDigital, um banco 100% online, a nomeação de Campos Neto é vista com entusiasmo pelo ecossistema cripto.
Em carta apresentada ao senado, o novo presidente do Banco Central revelou seu entusiasmo em relação às novas tecnologias:
“Tenho estudado e me dedicado intensamente ao desenho de como será o sistema financeiro do futuro. Participei de estudos sobre blockchain e ativos digitais. Uma das contribuições que espero trazer para o Banco Central é preparar a instituição para o mercado futuro, em que as tecnologias avançam de forma exponencial, gerando transformações mais aceleradas”, ponderou.
Possíveis avanços
Após ter sua indicação aprovada pelo senado, na última terça-feira (26), por 55 votos a favor, 6 contrários e 1 abstenção, Campos Neto substitui Ilan Godfajn na presidência do BC, indicando maior disposição para tratar dos ativos digitais.
Em 2017, momento em que o bitcoin atingiu seu maior valor, ficaram famosos os pronunciamentos de Godfajn ao se referir às criptomoedas como “bolha” e “pirâmide”; bem como os alertas emitidos pelo BC, apontando os riscos e uso de tais ativos em atividades ilegais, como a lavagem de dinheiro.
Por outro lado, Godfajn já chegou a destacar o uso da blockchain para outros fins não relacionado às criptomoedas, e teve a sua gestão marcada pelo forte incentivo ao desenvolvimento das fintechs. Foi sob sua liderança, inclusive, que o Banco Central regulamentou a atividade das plataformas que operam com crédito, conforme destaca o Reuters.
O Banco Central é a entidade responsável por gerir a política econômica do país. Dentre as suas atribuições estão: regular as instituições financeiras, controlar a inflação e assegurar um sistema econômico sólido e eficiente.