Uma empresa de turismo sustentável chamada “We Are Bamboo”, com sede na Nova Zelândia, perdeu todo o dinheiro dos seus clientes em negociações de alto risco com criptomoedas.
De acordo com informações divulgadas pelo NZHeralds, a empresa oferecia pacotes de turismo aos clientes, que além de viajarem, também prestavam serviços para os locais que visitavam.
Apesar de se apresentar como uma empresa de “turismo sustentável”, a Bamboo não conseguiu manter suas operações e coleciona queixas de clientes insatisfeitos com seus serviços.
“Foi culpa da Covid-19”, disse empresa de turismo após perder o dinheiro dos clientes em negociações de criptomoedas
Clientes compraram pacotes de viagens internacionais com a empresa, com mais de 2 milhões de dólares sendo arrecadados pela Bamboo, quando de outubro de 2020 até 2022, o diretor da empresa começou a negociar criptomoedas em plataformas estrangeiras.
Utilizando uma cláusula contratual de “força maior”, e culpando a Covid-19 por afetar seus negócios, ele surpreendeu a todos em setembro de 2022. Em um comunicado via e-mail, a empresa de turismo afirmou que não poderia honrar com os passeios e que não reembolsaria ninguém.
Mas vários clientes acusam a empresa de turismo de praticar uma fraude contra eles, visto que após prometer viagens, a Bamboo não entregou nada.
Uma investigação começou pela polícia da Nova Zelândia e a autoridade que investiga graves fraudes do país, a SFO. Na última semana, um relatório desvendou que o diretor vinha negociando criptomoedas com o dinheiro dos clientes, e perdeu tudo, ou seja, era um mal trader.
Além disso, o relatório indicou que ele perdeu 800 mil dólares em uma plataforma que faliu e deixou de existir, sem chances de reaver o patrimônio de seus clientes.
A maioria dos clientes que se sentem lesados mora nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Austrália.
Empresa acusou clientes ao fechar as portas: “reclamações online nos quebraram”
Outro detalhe que chama atenção para o caso envolve o fato de que a empresa também culpou os próprios clientes por ter de fechar as portas. Isso porque, quando enviou o comunicado do fim dos serviços, muitos reclamaram pela internet, e os empresários culparam o episódio pelos problemas.
Uma cliente diz que ficou doente ao descobrir que seu dinheiro destinado ao turismo foi totalmente perdido em negociações de criptomoedas. Em conversa com a reportagem, outros lembraram que a plataforma culpava a covid e os clientes, mas nunca confessou que a culpa estava do lado deles.
Um liquidatário que teve acesso aos relatórios das corretoras de criptomoedas entende que o diretor da Bamboo pode ter caído em um esquema de pirâmide, visto que em uma das plataformas supostos robôs negociaram 59 mil vezes seu saldo, resultando em perda total.
A investigação entende que o dono da empresa ainda tentou tomar medidas para reaver o dinheiro, mas como utilizou apenas bitcoin e ethereum, as transações eram irreversíveis. O caso segue sob investigação na Nova Zelândia, entrando para a história no país, após o prejuízo de mais de 10 milhões de reais a clientes da empresa de turismo.