Mais de mil empresas que atuam no mercado de criptomoedas perderam suas licenças este ano na Estônia. De acordo com a agência de notícias Postimees, o governo do país começou a caçar várias empresas depois que o mercado foi associado a um risco alto de lavagem de dinheiro.
Em uma reunião entre membros da Comissão Governamental de Combate à Lavagem de Dinheiro, o Ministro das Finanças, Veiko Tali, afirmou que as empresas que atuam com criptomoedas precisam de “mais atenção” das autoridades para obterem licenças.
A conexão das empresas que perderam licenças com a Estônia é pequena, com várias delas na verdade atuando em outros países. O motivo é que em várias partes do mundo a regulação das criptomoedas ainda é obscura e as empresas não conseguem prosperar devido a incerteza regulatória e por obstáculos de bancos, que impendem que elas tenham uma conta bancária.
A Estônia tentou preencher essa lacuna, se tornando o “Crypto Valley” do mundo, onde vários empresário resolveram abrir suas empresas.
Muitas dessas empresa, no entanto, abrem negócio na Estônia e atuam em outros países, se o regulador local tentar barrar o negócio, a empresa diz que sua sede fica na na Estônia, então, eles seguem as leis de lá.
Para facilitar a abertura dessas empresas e se tornar a capital mundial das criptomoedas a Estônia fez pouco controle e intervenções governamentais nos negócios. Mas devido a uma série de empresas que estavam aplicando golpes ao redor do mundo o país criou novas emendas à legislação que entraram em vigor em meados de 2020.
Em 2019 a Estônia lançou um plano de emissão de licenças para empresas de criptomoedas para atrair talentos e investimentos para o país. O propósito era levar injeções financeiras na economia. Contudo, os planos não deram muito certo, pois várias empresas queriam a licença só para aumentar o preço de suas criptomoedas.
Ao mesmo tempo a Agência de Inteligência Financeira da Estônia disse que essas empresas estavam envolvidas com lavagem de dinheiro. Como resultado, mais de 1.000 empresas perderam suas licenças.
Agora, aproximadamente 400 empresas continuam a conduzir seus negócios normalmente, obedecendo a leis rígidas. Além disso, o governo criou um programa de “residência eletrônica”, onde os empresários precisam emitir certificados para abrirem contas contas bancárias de forma legal.
Curiosamente, isso é exatamente o oposto do que o governo tinha proposto no inicio do programa.
Apesar de o governo ter que se preocupar com empresas fraudulentas, a revogação das licenças teve ampla repercussão.
Um empresário disse que na realidade algumas empresas perderam a licença porque o regulador do país tornou muito difícil de se manter, ao exigir, por exemplo, que os empresários tivessem endereço residencial na Estônia e outros requisitos “ridículos”. Assim, a maioria das empresas apenas não quis se adequar as novas regras e deixaram as licenças serem revogadas.
O número será maior se você adicionar aqueles que ainda não perderam licenças e aqueles que perderam voluntariamente ou abandonaram o país. Disse outro.