Com 5.480 BTC (R$ 1,78 bilhão) saindo do GBTC nesta quinta-feira (21), os ETFs de Bitcoin fecharam seu 4º dia seguido no vermelho. A sequência é a maior desde o final de janeiro, quando também teve 4 dias de saídas maiores que entradas.
Do outro lado, o ETF da BlackRock teve entradas de R$ 1,16 bilhão, equivalente a 3.566 bitcoins, mas não foram suficientes para zerar a soma. O saldo final ficou em R$ 465 milhões no negativo.
ETFs de outras gestoras apresentaram números pequenos. O destaque fica para a Fidelity, que fechou o dia com apenas 43,6 bitcoins no positivo. Em seu recorde, a gestora conseguiu capturar 8.348 BTC em um único dia.
Saídas da Grayscale surpreendem analista da Bloomberg, que comenta sobre o assunto
Desde que seu fundo foi convertido em ETF, o GBTC já teve R$ 82 bilhões (US$ 13,6 bi) de saídas. Cerca de R$ 9,1 bilhão (US$ 1,8 bi) desse valor foi sacado nesta semana. O fluxo de saída surpreendeu Eric Balchunas, especialista da Bloomberg em ETF.
“Que pancada. Pensei que o pior já havia passado. Acho que não. Quem está saindo agora e não estava motivado para sair nos últimos dois meses?”
“Quanto mais penso nisso, mais provável é que o aumento dos fluxos esteja relacionado com as falências devido à dimensão e à consistência”, continuou Balchunas. “Os fluxos de fevereiro mostraram como são as saídas do varejo, menores e com padrão aleatório. Além disso, quaisquer saídas da Gemini/Genesis provavelmente compram BTC com dinheiro, portanto, o mercado se mantém.”
“Conclusão: o pior provavelmente está perto de acabar. Quando isso acontecer, restará apenas o varejo e os fluxos deverão se parecer mais com os de fevereiro.”
The more I think about it the more likely the uptick in flows is related to the bankruptcies bc of the size and consistency. The flows in Feb showed what retail outflows look like, smaller and random pattern. Also any Gemini/Genisis outflows likely buying btc w cash hence market…
— Eric Balchunas (@EricBalchunas) March 22, 2024
A Genesis, mencionada por Balchunas, é subsidiária do Digital Currency Group (DCG), assim como a Grayscale, gestora do GBTC. Após declarar falência janeiro de 2023, há mais de um ano, a Genesis afirmou em fevereiro deste ano que possuía R$ 6,9 bilhões em cota do GBTC e iria vendê-las.
Outra gigante que tinha grandes participações no GBTC era a FTX. No total, estima-se que a falida corretora possuía o equivalente a 20.000 bitcoins no fundo da Grayscale, quantia que seria vendida para pagar seus antigos clientes.
Portanto, como bem notado por Balchunas, essa pressão vendedora pode estar acabando. Em cerca de 2 meses e meio, o GBTC já teve saídas de 267.449 bitcoins, mas ainda possui 346.953 bitcoins em suas carteiras.
Caso o ritmo de saídas se mantenha, o ETF da BlackRock, no momento com 240.308 bitcoins, deve ultrapassar o ETF da Grayscale em poucos dias. Para Adam Back, desenvolvedor que inspirou Satoshi Nakamoto, o Bitcoin deve subir muito após a estabilização do GBTC.
Outras gestoras estão mais tímidas, mas também detém bilhões em bitcoin
Enquanto os destaques ficam para BlackRock e Grayscale, cada uma em uma ponta, é necessário lembrar que existem outras gestoras no mercado. Fidelity, outra gigante de Wall Street, já acumula 134.248 bitcoins em sua carteira, montante equivalente a R$ 43,6 bilhões.
Na sequência aparecem Ark Invest com 39.791 bitcoins e Bitwise com 29.725 bitcoins, equivalentes a R$ 13 bilhões e 9,7 bilhões, respectivamente. Outras estão mais tímidas, como Valkyrie (8.033 BTC), Invesco (5.009 BTC), Franklin (3.616 BTC) e Wisdomtree (1.114 BTC).
Por fim, o Bitcoin amanheceu em queda nesta sexta-feira (22). Cotado a US$ 64.500, o BTC opera em queda diária de 4% após ter valorizado 10% na quarta-feira (20) com o discurso do presidente do Banco Central sobre cortes nas taxas de juro.