EUA confiscam R$ 266 milhões de traficante que viu suas criptomoedas valorizarem 15.000% enquanto estava preso

Em julho de 2014, Castelluzzo passou a atuar como um investidor de criptomoedas. Como exemplo, usou parte de seus lucros em Bitcoin para participar da pré-venda de Ethereum, comprando 30.000 ETH quando a criptomoeda ainda valia centavos. Hoje o montante está avaliado em R$ 266 milhões.

O Departamento de Justiça dos EUA anunciou o confisco de 30.000 Ethereum (ETH) ligados a um traficante que operava no estado de Nova Jersey. Christopher Castelluzzo foi preso em 2016 e viu suas criptomoedas valorizarem 15.000% nos últimos anos, enquanto estava na cadeia.

Em suma, o processo aponta que Christopher Castelluzzo e outros acusados traficaram drogas entre 2010 e 2015. No entanto, o grupo migrou para a internet ainda em 2013, usando sites da dark net para vender diversas drogas — como metilona, cocaína, MDMA e maconha — em troca de bitcoins.

Christopher Castelluzzo, Luke Atwell e Aldo Lapaix, presos nos EUA por tráfico de drogas. Fonte: NJOAG/Reprodução.
Christopher Castelluzzo, Luke Atwell e Aldo Lapaix, presos nos EUA por tráfico de drogas. Fonte: NJOAG/Reprodução.

Em julho de 2014, Castelluzzo passou a atuar como um investidor de criptomoedas. Como exemplo, usou parte de seus lucros em Bitcoin para participar da pré-venda de Ethereum, comprando 30.000 ETH quando a criptomoeda ainda valia centavos. Hoje o montante está avaliado em R$ 266 milhões.

Nos anos seguintes, com a divisão da rede, o criminoso também recebeu 30.000 Ethereum Classic (ETC). Embora seja uma criptomoeda mais barata, a quantia é equivalente a R$ 2,5 milhões na cotação atual, mas o traficante usou o valor para investir em outras criptomoedas.

“Castelluzzo usou [Ethereum Classic] para comprar várias outras criptomoedas. A denúncia busca o confisco de todas as criptomoedas que Castelluzzo obteve em decorrência de suas vendas de entorpecentes”, escreveu o Departamento de Justiça dos EUA.

Traficante lucrou R$ 265 milhões enquanto estava na prisão

Embora o confisco de Ethereum tenha sido anunciado apenas nesta sexta-feira (3), Christopher Castelluzzo está preso desde 2016. Na data, o traficante recebeu uma pena de 20 anos de prisão e cada Ethereum valia apenas US$ 11,5.

Ou seja, seus 30.000 ethers (ETH) valiam apenas US$ 345.000 (R$ 1,25 milhão). Hoje o Ethereum está cotado a R$ 8.877, fazendo o montante total ficar na casa dos R$ 266 milhões.

Ethereum valorizou mais de 15.000% em relação ao dólar americano enquanto Christopher Castelluzzo estava na prisão. TradingView.
Ethereum valorizou mais de 15.000% em relação ao dólar americano enquanto Christopher Castelluzzo estava na prisão. TradingView.

“Enquanto Castelluzzo estava preso, e à medida que o valor do Ethereum aumentava, Castelluzzo conspirou da prisão para evitar impostos e transferir os 30.000 Ether para fora dos Estados Unidos”, escreveu o Departamento de Justiça americano.

“Antes que pudesse fazer isso, no entanto, os EUA souberam dos esforços de Castelluzzo para lavar suas criptomoedas por meio de chamadas telefônicas gravadas na prisão em 2021, intervindo e apreendendo suas criptomoedas, que estavam ligadas aos seus crimes de tráfico de drogas.”

Segundo o comunicado, agora as autoridades estão atrás de outras criptomoedas de Castelluzzo. A quantia desses outros investimentos não foi revelada.

“Muitos criminosos usam criptomoedas na darknet para operar longe dos olhares indiscretos das autoridades”, comentou James E. Dennehy, agente do FBI. “Nossa ação de confisco de US$ 54 milhões deve servir de lição para aqueles que acreditam erroneamente que não podemos rastrear seus rendimentos ilícitos.”

Por fim, o caso pode trazer novos problemas para a própria equipe do Ethereum em relação à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA. Afinal, a SEC já tratou diversas criptomoedas como títulos mobiliários recentemente, principalmente por conta de pré-vendas.

Em outras palavras, os lucros de um traficante a partir da pré-venda de Ethereum podem ser um grande sinal de alerta para o início de uma investigação mais profunda.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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