A possível adoção de uma Reserva Estratégica de Bitcoin pelos Estados Unidos pode desencadear uma corrida global entre países para acumular bitcoin, segundo previsão de Simon Georvich, CEO da Metaplanet.
De acordo com o executivo, a decisão dos EUA de criar uma reserva estratégica de Bitcoin teria o potencial de desencadear um “efeito dominó global”, colocando o Bitcoin no centro das atenções de países ao redor do mundo.
Ele argumenta que tal movimento ativaria a “teoria dos jogos” no cenário internacional, levando nações a competirem pela aquisição de Bitcoin para evitar custos mais elevados no futuro e possíveis desvantagens econômicas e estratégicas.
- A teoria dos jogos é o estudo de como pessoas, empresas ou países tomam decisões em situações onde o que cada um faz afeta o outro.
- Exemplo Histórico: Quando a pólvora foi introduzida na guerra, países que a adotaram primeiro ganharam vantagem militar. Outros precisaram seguir rapidamente para não ficarem para trás.
Efeito dominó global
Georvich explicou que em um ambiente de competição, os países que agirem como pioneiros na acumulação de Bitcoin estariam em posição vantajosa, enquanto aqueles que demorarem a reagir poderão enfrentar preços mais altos e desafios para garantir sua participação no mercado da criptomoeda.
“Os EUA adotando uma Reserva Estratégica de Bitcoin pode desencadear um efeito dominó global. À medida que a teoria dos jogos entra em ação, os estados-nação correrão para acumular a criptomoeda, temendo ficar para trás”, escreveu Georvich.
🇺🇸 The U.S. adopting a Bitcoin Strategic Reserve could trigger a global domino effect. As game theory kicks in, nation-states will race to accumulate Bitcoin, knowing the last to act will pay the highest price. Fixed supply. Infinite demand. https://t.co/hoFsbW8jvv
— Simon Gerovich (@gerovich) January 2, 2025
O conceito de uma Reserva Estratégica de Bitcoin não é completamente novo, mas vem ganhado atenção renovada devido ao aumento do uso institucional da criptomoeda e às incertezas relacionadas à economia global.
Analistas afirmam que o Bitcoin pode funcionar como uma espécie de “ouro digital”, oferecendo um hedge contra inflação e instabilidade econômica.
Alguns argumentam que a adoção de Bitcoin como reserva estratégica poderia fortalecer o papel dos EUA como líder no setor de tecnologia financeira, enquanto outros alertam para os riscos associados à volatilidade do ativo.
A previsão de Georvich acontece em um momento em que vários países já exploram o uso de criptomoedas em suas economias. El Salvador, por exemplo, adotou o Bitcoin como moeda de curso legal em 2021, atraindo atenção global.
Caso os EUA sigam nessa direção, como prometido por Donald Trump, o impacto pode ser amplificado pela influência econômica e política do país.
Países adotando Bitcoin
Alguns países começaram a explorar ou adotar oficialmente o Bitcoin, sendo o caso mais emblemático o de El Salvador, que atualmente possui mais de 6 mil bitcoins em suas reservas.
Embora El Salvador seja um dos pioneiros, o Japão é conhecido por ser o primeiro país a adotar regulamentações claras para o uso de criptomoedas. Em 2017, o governo japonês reconheceu oficialmente o Bitcoin como uma forma de pagamento, criando um ambiente favorável para corretoras de criptomoedas operarem no país.
Outro exemplo importante é a Suíça, que, embora não tenha adotado o Bitcoin como moeda oficial, se tornou um dos maiores centros globais para criptomoedas e blockchain.
A cidade de Zug, chamada de “Crypto Valley”, é um polo de inovação no setor. O ambiente regulatório suíço favorece o uso de criptomoedas, e empresas podem até pagar impostos em Bitcoin em algumas localidades.
Isso atraiu muitas startups e investidores, tornando a Suíça um modelo de integração das criptomoedas com o sistema financeiro tradicional.
Além desses exemplos, a República Centro-Africana (RCA) também fez história ao adotar o Bitcoin como moeda legal em abril de 2022, se tornando o segundo país a tomar essa decisão após El Salvador.
Tal medida foi uma tentativa de modernizar a economia de um país com grandes problemas financeiros, onde o uso de criptomoedas pode proporcionar maior inclusão financeira e facilitar transações internacionais.
Países como Brasil, Rússia, Polônia e Japão também estão discutindo ou demonstrado interesse na adoção do Bitcoin, seja por meio de projetos de leis, declarações oficiais ou debates entre autoridades.
Tais exemplos mostram que a adoção do Bitcoin por países não se limita a apenas uma teoria de entusiastas ou moda passageira, mas envolve um possível início de uma corrida mais ampla pelo ouro digital.