Ex-investidor brasileiro de Bitcoin explica motivos para não investir na criptomoeda

“A deflação é tão ruim quanto a inflação”, pontuou Morganti em um de seus vídeos, notando que a queda de preços só é boa quando vêm da produção e de melhoras da tecnologia.

Avelino Morganti, um dos nomes mais famosos do Brasil quando o assunto é Bitcoin, começou a publicar uma série de vídeos explicando seus argumentos contra a criptomoeda. Embora tenha sido um dos maiores investidores do país, Avelino vendeu todas as suas moedas em 2020 e passou a se dedicar somente ao mercado de metais.

Mais recentemente, chegou a afirmar que o “Bitcoin vai morrer”. Na sua visão, outros projetos como Monero, Ethereum, Solana e até mesmo Tether possuem melhores características que o BTC.

“Eu entendi tanto o Bitcoin que pulei fora dele”, diz Avelino Morganti

Em seu primeiro vídeo, Avelino Morganti conta que foi desafiado por Abraham, um youtuber brasileiro que recentemente publicou um grande vídeo sobre o Bitcoin, a publicar uma série de vídeos com argumentos contra a criptomoeda.

“Sou libertário desde 2011”, iniciou Morganti, contando que comprou seus primeiros bitcoins por cerca de 200 a 1.000 reais devido à influência de Daniel Fraga.

“Naquela época, eu entrei no Bitcoin por ser extremamente libertário, ancap mesmo […] não como uma promessa de ganhar dinheiro igual às pessoas entram hoje, entrei como uma alternativa a moeda fiduciária, ao sistema financeiro.”

“Também comecei a trabalhar com isso […] muita gente lá do Twitter acha que eu sou um cara da Faria Lima que não sabe transferir Bitcoin, não, pelo contrário, eu realmente conheço o Bitcoin, criptomoedas e blockchain, acima da média”, continuou Morganti. “Eu entendi tanto o Bitcoin que pulei fora dele.”

“Nessa série de vídeos, convido vocês a ouvirem alguns desses meus argumentos pra vocês pularem fora também enquanto é tempo… Porque esse barco vai afundar.”

Finalizando seu vídeo introdutório, Morganti afirma que a única vantagem que o Bitcoin possui é ter sido a primeira criptomoeda a ter dado certo e ter ganhado popularidade.

Novamente, o ex-investidor aponta que o Bitcoin já foi superado por outros projetos em questões de velocidade de transações, privacidade, contrato inteligente, estabilidade e uso.

“Gosto muito de uma frase do Fernando Roxo, que ele fala que o Bitcoin é um canivete, que tem uma faca, uma tesoura, um saca-rolha, só que nada funciona direito. E é verdade, nada do Bitcoin funciona direito”, finalizou, prevendo uma “grande correção no mercado” ainda para esse ano.

Avelino Morganti publica série de vídeos contra o Bitcoin

Já em seu segundo vídeo, Morganti começou a apresentar críticas mais concretas sobre o Bitcoin. Como exemplo, já começa citando uma frase de Mises, de que “uma moeda sujeita a mudanças rápidas e grandes, torna-se inteiramente inadequada para ser usada como meio de troca”.

Seguindo, o ex-investidor aponta que o Bitcoin não possui três grandes características que fazem uma moeda: unidade de preço, fungibilidade e estabilidade.

Outro economista citado por Morganti é Friedrich Hayek, vencedor de um Nobel por interpretação da teoria de preços. Devido à volatilidade do Bitcoin, seria impossível precificar produtos.

“O Bitcoin não é unidade de conta, o Bitcoin nunca foi unidade de conta e o Bitcoin nunca será unidade de conta. Os metais preciosos já foram unidade de conta, o dólar é unidade de conta mundial e até as moedas fiduciárias são unidade de conta.”

Embora o Bitcoin seja visto como uma proteção contra a inflação, Morganti nota que venezuelanos tentaram usar a criptomoeda, mas que logo abandonaram devido a esse problema e se renderam ao dólar americano.

Em relação à fungibilidade, o ex-investidor aponta para a existência de “bitcoins manchados”, ou seja, ligados a crimes.

“Empresas e governos vão lá e falam assim “esse bitcoin aqui veio de terrorismo, de tráfico de drogas, pedófilos, coisas ruins, então quem aceitar esses bitcoins, eu vou impor sanções, prender, multar, usar a força estatal pra cima da pessoa””, argumentou Morganti, notando que a transparência e o pseudo-anonimato do Bitcoin são pontos negativos.

Embora obviamente não defenda esses crimes, Morganti afirma que o Estado pode usar sua força para silenciar protestantes e outros crimes menos graves.

Já o último ponto mencionado é a falta de estabilidade da moeda, algo similar ao primeiro ponto citado no vídeo, o que criaria ruídos na economia e diminuiria sua eficiência.

“A deflação é tão ruim quanto a inflação”, pontuou Morganti, notando que a queda de preços só é boa quando vêm da produção e de melhoras da tecnologia, mas não da moeda. “Porque aí você está mexendo na sua régua”, continuou.

Mesmo sendo desafiado a postar um vídeo por semana por três meses, o ex-investidor de Bitcoin se mostrou animado em falar sobre o tema e afirmou que pode postar um vídeo por dia com seus pensamentos.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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