Enquanto investidores da GAS Consultoria agonizam pela falta de pagamentos, o “Faraó dos Bitcoins” se preocupava com a picanha na prisão.
Pelo menos isso é o que apurou uma inspeção de cela feita no presídio, de acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do Rio de Janeiro (SEAP-RJ).
Ao realizar o procedimento, a cela de Glaidson Acácio dos Santos estava com pacotes de picanha e linguiça, que seriam provavelmente assadas e degustadas pelo líder de um dos possíveis maiores esquemas de pirâmide com a imagem do Bitcoin nos últimos anos no Brasil.
Preso no final de agosto, ele mostra ainda que se adaptou rápido ao seu tempo de prisão, visto que já tem liberdade para usufruir de benefícios. Além das carnes de primeira, que não tem chegado na mesa da maior parte das pessoas no Brasil, ele ainda dispunha de 4 aparelhos celulares.
Dessa forma, é possível verificar que Glaidson dos Santos provavelmente mantinha contato com pessoas de fora, possivelmente mantendo o controle da GAS Consultoria mesmo de dentro da prisão.
De acordo com o Yahoo Finanças, ele agora será enviado para a Penitenciária Laércio da Costa Pellegrino (Bangu 1), pelo menos até que seja apurado o caso pela corregedoria. Ele estava detido no Complexo Penitenciário de Gericinó, antigo Bangu e que fica na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
O diretor do presídio e outros responsáveis pela administração do local serão exonerados e todos os funcionários serão ouvidos.
Outro suspeito da GAS Consultoria que estava detido no local, Tunay Pereira Lima, também será transferido para a segurança máxima.
Vale lembrar que investigações recentes apontam uma grande operação de lavagem de dinheiro feita por Glaidson dos Santos, com uso de 60 CPFs, entre outras situações que chamam atenção para a sofisticação do crime financeiro. Não está claro como a picanha foi parar na cela do “Faraó dos Bitcoins”, mas isso mostra que ele já busca o conforto em sua nova vida.
Relembre a prisão do “Faraó dos Bitcoins”
Glaidson dos Santos ganhou a atenção do Brasil após ser alvo de reportagens do Fantástico, que investigou o assassinato de Wesley Pessano na Região dos Lagos e detectou um aumento da violência entre “empresas de criptomoedas”.
Como a GAS Consultoria era a maior empresa com sede em Cabo Frio, a reportagem tentou contactar seu líder, Glaidson, mas sem sucesso. Após a repercussão, a Polícia Federal plantou escutas no suspeito e começou a monitorar seus passos.
No dia Operação Kryptos, a Polícia Federal prendeu o líder da GAS Consultoria, apreendendo ainda documentos sobre o funcionamento do golpe financeiro. Na última semana, Glaidson e mais 22 pessoas foram indiciadas por vários crimes, que agora serão analisados pela justiça federal.
Há a suspeita que o golpe tenha movimentado R$ 38 bilhões, que se confirmado pode ser um dos maiores do Brasil.