O Banco Central dos EUA, Federal Reserve (Fed), publicou um estudo de 40 páginas ressaltando pontos positivos e negativos da implementação de sua CBDC, o dólar digital. Apesar disso, não tomou nenhuma decisão à respeito do assunto.
As CBDCs, sigla para moedas digitais de bancos centrais, ainda dividem opiniões devido a alguns pontos como a privacidade de dados. Já outros países como China não se importam tanto com isso, nem mesmo seus cidadãos, afinal a carteira de yuan digital é o aplicativo com mais downloads no país.
Já em comparação com o Bitcoin, como sistema de pagamento, o texto cita o severo limite de transações por segundo, bem como o gasto energético necessário para manter a rede segura.
Benefícios do dólar digital, segundo o Fed
Dentre os pontos citados como positivos, o Fed começa o capitulo mostrando a necessidade de atualizar-se. Como exemplo, cita criptomoedas e stablecoins, dois produtos que estão com uma demanda crescente.
O segundo benefício seria a melhoria entre pagamentos transfronteiriços. Este também é outra característica do Bitcoin, que oferece serviços mais baratos do que a Western Union desde seu nascimento.
Já outras melhorias de uma CBDC, segundo o Fed, incluem a inclusão financeira, mais uma característica das criptomoedas. Bem como o aceso ao público para as reservas do Banco Central.
Por fim, o documento ressalta a força que o dólar americano pode ganhar caso se torne digital. Ou seja, facilitando a compra de sua moeda por estrangeiros e desta forma aumentando seu valor.
Riscos do dólar digital, segundo o Fed
Já em relação aos riscos, o relatório aponta a segurança e estabilidade do sistema financeiro, citando uma possível insuficiência de liquidez relacionada gerada por saques em massa, em bancos comerciais, para converter esses dólares em CBDC.
A eficácia da implementação da política monetária é outro ponto negativo, afirma o Fed citando uma possível volatilidade de seu dólar digital visto que, devido aos pontos citados acima, sua demanda pode expandir e cair rapidamente.
Além disso, o relatório também cita a preocupação do governo em relação a privacidade de seus usuários, questão já levantada pelo congressista americano Tom Emmer.
Por fim, o relatório cita problemas relacionados a segurança cibernética, necessitando que seu sistema possua uma infraestrutura extremamente resistente. Bem como cita o uso de sua moeda por criminosos, afirmando que seria necessário que instituições seguissem regras rígidas.
Sem posição definida
Após análise dos benefícios e riscos, agora o governo dos EUA precisa escolher qual caminho tomar. Por um lado, pode perder mercado para a China, cuja moeda já está sendo usada como reserva internacional por outros países desde 2016.
Do outro lado da moeda, o governo dos EUA precisará sacrificar algo para conseguir implementar o dólar digital. Entretanto, apesar de seu interesse, parece que eles não estão com tanta pressa quanto a China.
Já o Bitcoin permanece estável na casa dos 42 mil dólares mesmo após notícias positivas como a possível entrada do Google e da Intel no mercado, bem como mostra-se desinteressado nos dizeres do Banco Central da Rússia que deseja banir tanto a mineração quanto o uso de criptomoedas.