Finanças Descentralizadas (DeFi) caem 40%, será o fim?

Encontramos mais uma forte evidência de que o setor não morreu, e tampouco mostra sinais de que irá encolher.

Nos últimos dias assistimos um massacre das moedas de finanças descentralizadas (DeFi), com quedas entre 30% e 58%. Talvez você não tenha acompanhado a incrível escalada que este setor deu nos últimos 3 meses, porém é inegável que o mesmo ganhou relevância.

Alguns destes tokens atingiram valor de mercado de 8 bilhões de dólares, como foi o caso de Uniswap (UNI). Apesar de ser um projeto iniciado em novembro de 2018, lançaram seu próprio token há menos de duas semanas.

Abaixo temos a tabela de performance extraída da CoinGecko.

Uniswap é uma exchange descentralizada (DEX) que roda na rede Ethereum. Deste modo é possível fazer trocas entre criptomoedas sem a necessidade de um agente centralizador, completamente regido por contratos inteligentes (smart contracts).

DeFi vai além das exchanges descentralizadas

O setor de finanças descentralizadas (DeFi) engloba também os tokens de empréstimo colateralizado, robôs de arbitragem de taxas, derivativos sintéticos, e pagamentos. No entanto, esta indústria é nascente, portanto é normal encontrar brechas que possibilitam que atacantes drenem os fundos dessas aplicações descentralizadas (dApps).

Deste modo, devemos nos questionar se a alta é que foi exagerada, criando esses gigantes, ou se realmente houve uma ruptura, o fim deste período dominado pelo segmento DeFi.

A primeira análise que deve ser feita é do volume financeiro ainda sob gestão destas aplicações descentralizadas.

Embora exista uma dupla-contagem neste índice DeFi Pulse, é possível perceber que a queda de 50% no valor dos tokens depositados no segmento já passou. Retornamos ao mesmo nível encontrado no final de agosto, portanto, saudável.

O próximo passo é mensurar o volume de negociação nas exchanges DEX, conforme dados da DuneAnalytics.

Perceba no gráfico acima que a Uniswap (rosa) é a líder absoluta, embora seus concorrentes somados ultrapassem os 2 bilhões de dólares semanais. Para efeito de comparação, a Coinbase, maior exchange dos EUA, negocia cerca de 3,4 bilhões de dólares por semana.

Novamente, encontramos mais uma forte evidência de que o setor não morreu, e tampouco mostra sinais de que irá encolher.

Empréstimos via DeFi seguem fortes

A última análise envolve comparar as taxas cobradas por empréstimos no DeFi com as entidades centralizadas tradicionais. Se o mercado perceber um risco muito maior no segmento descentralizado, as taxas nas principais moedas vão estar muito acima dos métodos tradicionais.

Lembre-se: quanto maior o risco, mais retorno os investidores exigem nas aplicações.

Nos dados do loanscan.io é possível perceber que as tradicionais plataformas centralizadas (Poloniex, Nexo, BlockFi, Celsius) não reinam entre as opções de menor taxa de empréstimo. 

Deste modo, é possível afirmar com absoluta certeza que o mercado não está precificando uma quebradeira de plataformas DeFi de empréstimos.

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Marcel Pechman
Marcel Pechman
Marcel Pechman é trader e analista de criptomoedas desde 2017. Atuou como trader por 18 anos nos bancos UBS, Deutsche e Safra. Além de YouTuber em seu canal RadarBTC, foi reconhecido em diversas premiações como um dos maiores interlocutores do Bitcoin do país. Maximalista convicto, acredita na falência da moeda fiduciária, aquela emitida por governos.

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