Dívida pública Global pode ser maior desde a 2ª Guerra Mundial, diz FMI

FMI fez alerta para calamidade pública no mundo, crise sem precedentes?

O ano de 2020 já é considerado um marco na história mundial, com crise na área de saúde e também na economia. Além disso, o FMI fez projeções sobre a dívida pública global, que pode ser a maior desde a Segunda Guerra Mundial.

De acordo com o Fundo Monetário Mundial, a crise instalada em 2020 tem o potencial de ser a maior já vista no mundo. Até o fim do ano, as projeções não são nada animadoras, podendo arrasar os governos de países desenvolvidos e emergentes.

Com aumento na dívida pública em diversos países, para conter os avanços da pandemia, o PIB tem sido uma métrica arrasada. No Brasil, por exemplo, é esperado uma retração no PIB de -6,5% em 2020, segundo boletim focus divulgado pelo Banco Central nos últimos dias.

FMI aponta que recessão de 2020 será a pior da história, com grande aumento da dívida pública global, maior que períodos de guerra

De acordo com o Tesouro Nacional do Brasil, a dívida pública refere-se a todas as dívidas contraídas para financiamento de deficit orçamentário. Nessa soma, entra também o refinanciamento da própria dívida contraída. No Brasil, a dívida pública é administrada pelo Ministério da Economia.

Com a pandemia do novo coronavírus (COVID-19), o mundo mergulhou em um momento ímpar, na saúde e na economia, principalmente. Com isso, os governos tiveram que buscar recursos, de onde não tinham, para financiar as medidas de combate a pandemia.

Para o Fundo Monetário Internacional, o FMI, a pandemia foi contida pela ação dos governos, mas abalou as métricas de dívida pública. De acordo com o FMI, entramos na pior recessão desde a Grande Depressão, episódio conhecido como a crise de 1929.

Em um estudo publicado na última quarta (24), o FMI afirma que tem acompanhado o movimento de abertura de alguns países. Contudo, na ausência de uma solução de cura para a doença que assola o mundo, não há expectativas de melhora no sensível quadro.

O FMI alerta que a “força da recuperação da economia global é altamente incerta, e o impacto sobre setores e países é desigual“. Com isso, a organização alerta que o quadro de 2020 pode ser ainda pior, e 2021 deverá mostrar uma recuperação lenta.

Agora, estamos projetando uma recessão mais profunda em 2020 e uma recuperação mais lenta em 2021.

Piora na produção global gera estimativas de que U$ 12 trilhões serão perdidos entre 2020 e 2021

O FMI estima que a produção global seja duramente afetada pela crise econômica instalada em 2020. Até o final de 2021, a organização prevê que pelo menos U$ 12 trilhões (R$ 64 tri), sejam perdidos com a desaceleração do mundo.

Com altos riscos e baixas perspectivas positivas, o FMI indica que sua previsão envolve um alto grau de incerteza. Isso porque, novas ondas da doença COVID-19 e tensões geopolíticas podem abalar ainda mais a recuperação das economias. Uma saída para a crise seria uma eventual vacina com resultados positivos.

Outros pontos negativos que o FMI destacou são os setores afetados pela crise, que podem ter recuperação mais lenta. Os setores de turismo, por exemplo, que estão com demanda reprimida, podem ter uma recuperação mais demorada. Os países que dependem de tais atividades então, “serão profundamente impactados“, afirmou o FMI.

Já o desemprego, que viu um crescimento acelerado, pode aumentar a desigualdade de renda e aumento da pobreza no mundo. O FMI destacou que trabalhadores de baixa renda e semiqualificados para o teletrabalho, serão os mais afetados pela crise do novo coronavírus.

Apesar dos suportes de Bancos Centrais, os resultados reais são sombrios, afirmou FMI

Os bancos centrais foram os protagonistas do início da crise, ao atuar para incentivar uma recuperação da economia. No Brasil, assim como outros países, diversas ações foram executadas, como a redução de juros, auxílios emergenciais (coronavoucher), entre outras medidas.

Isso porque, a desconexão entre os mercados real e financeiro, suscita preocupações de riscos excessivos. Ou seja, a atuação dos bancos centrais no curto prazo, pode ter resultados reais sombrios no longo prazo.

“Esse apoio excepcional, principalmente dos principais bancos centrais, também levou a uma forte recuperação das condições financeiras, apesar dos resultados reais sombrios. Os preços das ações se recuperaram, os spreads de crédito se estreitaram, os fluxos de portfólio para os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento se estabilizaram e as moedas que sofreram forte desvalorização se fortaleceram. Ao evitar uma crise financeira, o apoio a políticas ajudou a evitar piores resultados reais. Ao mesmo tempo, a desconexão entre os mercados real e financeiro suscita preocupações de assumir riscos excessivos e é uma vulnerabilidade significativa”, citou estudo do FMI.

Além disso, o estudo indica que não estamos fora de perigo após os auxílios de governos. O FMI pede que os governos sejam transparentes com sua contabilidade e políticas fiscais, agindo de forma adequada nesse momento de graves incertezas.

Dívida Pública Global é a pior desde a Segunda Guerra Mundial

Um dos principais pontos de atenção para o grave momento vivido é o aumento da dívida pública, que já é considerado o maior desde a Segunda Guerra Mundial. O FMI deixou claro que acredita que a crise irá oferecer fortes desafios de médio prazo.

Dívida Pública Global é a pior desde a Segunda Guerra Mundial
Dívida Pública Global é a pior desde a Segunda Guerra Mundial – Reprodução/FMI

Prevê-se que a dívida pública atinja este ano o nível mais alto da história em relação ao PIB

Ao contrário das estimativas do Banco Central do Brasil, que indica uma retração no PIB de -6,5%, o FMI prevê que a métrica do país seja ainda pior. Para o FMI, o Brasil terá um recuo de 9.1% no PIB, e o mundo todo irá recuar -4.9%, pior marca da história.

O FMI traçou que a recuperação dos países devem ser feitas em conjunto, visto que a crise é global. Dessa forma, o melhor caminho seria uma união entre as principais potências, para traçar estratégias de recuperação globais na economia.

Finalmente, para aqueles que pensam que o FMI poderia ser a favor das criptomoedas, e incentivar o uso dessas para sair da crise, o cenário pode não ser esse. No fim de 2019, a então diretora do FMI, Christine Lagarde, que hoje é presidente do Banco Central Europeu, afirmou que as criptomoedas estão causando problemas ao sistema bancário. Ou seja, a visão do FMI pode ser que os bancos centrais serão os responsáveis pela retomada do crescimento, que será um cenário acompanhado de perto no futuro próximo.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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