FMI diz que criptomoedas são uma ameaça, mas banir não é a solução

Notando que Brasil, Argentina, Colômbia e Equador estão entre os quatro países com a maior taxa de adoção de criptomoedas, o FMI aponta que os cidadãos estão buscando “proteção contra condições macroeconômicas domésticas incertas”.

Em texto publicado nesta quinta-feira (22), o Fundo Monetário Internacional (FMI) falou sobre a chegada das moedas digitais de bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês), notando um grande interesse por países da América Latina e do Caribe.

Um dos países em destaque no estudo é o Brasil. Segundo o FMI, a CBDC brasileira já avançou para o estágio de ‘prova de conceito’, tendo em vista a tokenização de ativos para facilitar transferências e aumentar a liquidez dos mesmos.

No entanto, já nos parágrafos seguintes o texto muda seu núcleo de CBDCs para criptomoedas, afirmando que essas podem apresentar diversos desafios e riscos para países com instabilidade econômica.

Ou seja, embora note que as criptomoedas possam ser uma solução para países que há décadas sofrem nas mãos de seus governos, o FMI também cita que existem riscos.

FMI promove CBDCs e diz que criptomoedas são uma ameaça

Notando que Brasil, Argentina, Colômbia e Equador estão entre os quatro países com a maior taxa de adoção de criptomoedas, o FMI aponta que os cidadãos estão buscando “proteção contra condições macroeconômicas domésticas incertas”.

Outros motivos, segundo o FMI, seriam o “controle de capital, melhor inclusão financeira, pagamentos mais baratos e rápidos e concorrência mais forte”.

Mesmo com estes benefícios que algumas criptomoedas já oferecem aos investidores, o Fundo Monetário Internacional acredita que elas sejam um risco.

“A adoção de criptoativos também apresenta inúmeros desafios e riscos, principalmente para países vulneráveis da ALC (América Latina e Caribe) com histórico de instabilidade macroeconômica, baixa credibilidade institucional, fluxos substanciais de capital, corrupção e extensos setores informais.”

Na sequência, o FMI aponta para um gráfico sobre o estado da regulamentação das criptomoedas em tais países.

Enquanto El Salvador e México já possuem um conjunto de leis sobre o setor, Brasil e Chile aparecem com o estado “em progresso”. Equador e Costa Rica ainda não possuem definições legais. Dados não foram apresentados para países em cinza, como Argentina e Venezuela.

Estado regulatório das criptomoedas em países da América Latina e do Caribe. Fonte: FMI.
Estado regulatório das criptomoedas em países da América Latina e do Caribe. Fonte: FMI.

Banir as criptomoedas não é a solução, diz FMI

O Fundo Monetário Internacional também citou casos extremos. Por um lado, temos El Salvador, que adotou o Bitcoin como moeda legal há quase dois anos. Por outro, países como Argentina e República Dominicana optaram por banir as criptomoedas por completo.

No caso de El Salvador, o FMI aponta que o maior risco é a volatilidade do Bitcoin. Indo além, também nota que o BTC ainda não é amplamente aceito no país, mesmo sendo moeda de curso legal. No passado, o FMI recomendou que El Salvador abandonasse o Bitcoin.

A proposta contrária, de banir as criptomoedas, também não é uma boa opção para o FMI.

“Embora alguns países tenham banido os criptoativos completamente devido aos seus riscos, essa abordagem pode não ser eficaz a longo prazo.”

Como sugestão, o FMI recomenda que tais países atendam as necessidades de seus cidadãos, bem como melhorem a transparência sobre os dados de uso das mesmas.

Por fim, enquanto o FMI fica no meio do caminho em relação às criptomoedas, sua opinião sobre CBDCs parece sólida. “Caso seja bem-feita, uma CBDC pode melhorar a inclusão financeira” em países da América Latina e do Caribe.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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