FMI emite alerta sobre contágio cripto em mercados tradicionais

Segundo o FMI, provedores de serviços devem ser “licenciados, registrados e autorizados”. Outra recomendação para reguladores seria uma maior vigilância a entidades que exercem múltiplas funções, estando “sujeitas a requisitos robustos de transparência.”

Embora as criptomoedas tenham ficado em segundo plano no encontro do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Davos neste ano, a organização fez questão de chamar a atenção dos reguladores sobre o tema.

Intitulado “Contágio das criptomoedas ressalta por que os reguladores globais devem agir rapidamente para conter o risco”, o texto aponta para a montanha-russa dos preços do Bitcoin como motivo de preocupação.

Embora note que a recente queda de R$ 10 trilhões das criptomoedas ainda não seja um risco para o sistema financeiro global, o FMI afirma que mercados emergentes já foram afetados por esta depreciação.

Volatilidade das criptomoedas preocupa FMI

Mesmo que o Bitcoin tenha sido o ativo que mais rápido atingiu a marca de US$ 1 trilhão, nem todos comemoraram o feito. O FMI, por exemplo, está mais preocupado com a alta volatilidade deste mercado, citando quebras na indústria.

“O valor do Bitcoin disparou, ampliando os ganhos durante a pandemia, mas desde o final de 2021 perdeu quase três quartos de seu valor.”

Gráfico de preço do Bitcoin entre 2015 e 2023. Fonte: FMI.

Seguindo, a organização aponta para a quebradeira do setor. Embora não cite nomes, o texto é uma clara referência a projetos como LUNA, Three Arrows Capital e FTX, para citar alguns mais famosos.

“Em tempos de estresse, vimos quebras de stablecoins, fundos de hedge com foco em cripto e corretoras de criptomoedas”, alerta o FMI. “O que, por sua vez, levantou sérias preocupações sobre a integridade do mercado e a proteção do usuário.”

Qual a solução?

Segundo o FMI, provedores de serviços devem ser “licenciados, registrados e autorizados”. Outra recomendação para reguladores seria uma maior vigilância a entidades que exercem múltiplas funções, estando “sujeitas a requisitos robustos de transparência.”

Seguindo, também pede que emissores de stablecoins sejam tratados como bancos, bem como requerimentos claros para instituições expostas a criptomoedas, citando as recentes diretrizes do BIS como base.

“Eventualmente, precisamos de regulamentação e supervisão robustas, abrangentes e globalmente consistentes para as criptomoedas”, finaliza o FMI. “A natureza intersetorial e transfronteiriça das criptomoedas limita a eficácia de abordagens nacionais descoordenadas.”

Por fim, o FMI aponta que as criptomoedas ainda não apresentam risco de contágio para o sistema financeiro global. No entanto, nota que alguns mercados emergentes já estão sendo afetados.

Embora não tenha citado nomes, é possível que estejam se referindo a países como El Salvador. Hoje o país possui 2.381 BTC (R$ 258 milhões) em caixa, mas tal investimento está no vermelho.

No momento, o FMI está realizando sua reunião anual em Davos, mas a indústria de criptomoedas não está tão presente como no ano passado, principalmente devido à crise no setor.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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