Embora as criptomoedas tenham ficado em segundo plano no encontro do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Davos neste ano, a organização fez questão de chamar a atenção dos reguladores sobre o tema.
Intitulado “Contágio das criptomoedas ressalta por que os reguladores globais devem agir rapidamente para conter o risco”, o texto aponta para a montanha-russa dos preços do Bitcoin como motivo de preocupação.
Embora note que a recente queda de R$ 10 trilhões das criptomoedas ainda não seja um risco para o sistema financeiro global, o FMI afirma que mercados emergentes já foram afetados por esta depreciação.
Volatilidade das criptomoedas preocupa FMI
Mesmo que o Bitcoin tenha sido o ativo que mais rápido atingiu a marca de US$ 1 trilhão, nem todos comemoraram o feito. O FMI, por exemplo, está mais preocupado com a alta volatilidade deste mercado, citando quebras na indústria.
“O valor do Bitcoin disparou, ampliando os ganhos durante a pandemia, mas desde o final de 2021 perdeu quase três quartos de seu valor.”
Seguindo, a organização aponta para a quebradeira do setor. Embora não cite nomes, o texto é uma clara referência a projetos como LUNA, Three Arrows Capital e FTX, para citar alguns mais famosos.
“Em tempos de estresse, vimos quebras de stablecoins, fundos de hedge com foco em cripto e corretoras de criptomoedas”, alerta o FMI. “O que, por sua vez, levantou sérias preocupações sobre a integridade do mercado e a proteção do usuário.”
Qual a solução?
Segundo o FMI, provedores de serviços devem ser “licenciados, registrados e autorizados”. Outra recomendação para reguladores seria uma maior vigilância a entidades que exercem múltiplas funções, estando “sujeitas a requisitos robustos de transparência.”
Seguindo, também pede que emissores de stablecoins sejam tratados como bancos, bem como requerimentos claros para instituições expostas a criptomoedas, citando as recentes diretrizes do BIS como base.
“Eventualmente, precisamos de regulamentação e supervisão robustas, abrangentes e globalmente consistentes para as criptomoedas”, finaliza o FMI. “A natureza intersetorial e transfronteiriça das criptomoedas limita a eficácia de abordagens nacionais descoordenadas.”
Por fim, o FMI aponta que as criptomoedas ainda não apresentam risco de contágio para o sistema financeiro global. No entanto, nota que alguns mercados emergentes já estão sendo afetados.
Embora não tenha citado nomes, é possível que estejam se referindo a países como El Salvador. Hoje o país possui 2.381 BTC (R$ 258 milhões) em caixa, mas tal investimento está no vermelho.
No momento, o FMI está realizando sua reunião anual em Davos, mas a indústria de criptomoedas não está tão presente como no ano passado, principalmente devido à crise no setor.