O fundador da suposta rede social Sudbook, está de volta ao mercado com uma suposta pirâmide envolvendo o Bitcoin. Com a CJS Trader, Ancleuton Holanda Dias estaria recrutando investidores, com promessas de rendimentos garantidas de 3% ao dia.
O passado de Ancleuton, contudo, é recheado de fatos controversos, com até passagens pela polícia. Ao criar a Sudbook, que captou clientes no Maranhão, Piauí e Distrito Federal, a proposta era de criar uma rede social, um novo Facebook.
A “rede social” captava recursos de clientes e supostamente rendia os valores com operações em bolsas de valores. Na época, Ancleuton era o presidente fundador, e teria recebido em suas contas bancárias pelo menos R$ 16 milhões, de acordo com o Delegado Augusto Barros (vídeo ao final), que cuidou do caso em 2014.
Fundador da Sudbook volta a oferecer investimentos no Brasil, suposta pirâmide envolve até o Bitcoin
Recentemente, a polícia civil do estado do Maranhão encerrou um esquema de pirâmide financeira criada por um médico. O caso, que ganhou as manchetes locais, lembrou aos moradores do estado sob os efeitos devastadores de uma pirâmide financeira.
Contudo, em 2014, o estado já havia visto um grande caso de pirâmide financeira ser encerrado. A suposta rede social chamada de Sudbook teria lesado vários de seus investidores, que estão até hoje no prejuízo. Na justiça do estado do Maranhão correm cerca de 15 processos contra Ancleuton Holanda Dias, por investidores que buscam reaver o investimento feito em 2014.
Com um passado controverso, Ancleuton, fundador da Sudbook, volta ao mercado em 2020. A nova empresa, chamada CJS Trader, os investidores são convencidos que operações com robôs de trade são realizadas com Bitcoin.
Além disso, a CJS Trader realiza, de acordo com o fundador da Sudbook, mineração de Bitcoin em fazendas do Paraguai. Recentemente, em uma live no Instagram, Ancleuton afirmou que levará 80 investidores para conhecer as instalações de mineração de Bitcoin da empresa.
Segundo informações do jornalista Gilberto Léda, o fundador da Sudbook está criando uma pirâmide com uso do Bitcoin. E o problema é que o negócio já teria começado a ruir, segundo uma série de reclamações que começam a surgir de clientes.
CJS Trader começa a ruir e clientes acumulam reclamações contra o negócio
Pelo site da CJS Trader, a empresa afirma possuir sede em Singapura, ou seja, não há registro legal no Brasil. Dessa forma, o Livecoins consultou a CVM para saber se a empresa está legal no país, mas de acordo com a autarquia, não há registro em nome da CJS Trader nem de seu fundador.
Além disso, a reportagem consultou o Ministério Público do Maranhão, mas não havia ninguém no local para comentar o caso. Em consulta ao Reclame Aqui, entretanto, foi detectado uma série de reclamações contra a CJS Trader, que estaria atrasando pagamentos para os clientes.
Um cliente do Rio de Janeiro, por exemplo, afirmou que a empresa não libera saques e nem tem suporte. Após realizar o aporte, não estariam mais conseguindo contato com os responsáveis pela CJS Trader, o que chamou de “novo golpe no ar”.
Investi na Cjs trader [SIC]. ate agora o dinheiro do meu aporte nao apareceu, nao tem suporte, nao tem contato, sempre em atualização. Uma sequencia de mentiras que não acabam mais. Você aporta envia comprovante e nada acontece.
Apesar da CJS Trader afirmar ter sede em Singapura, o site da empresa é todo em português. O Livecoins procurou os responsáveis da CJS Trader para comentar sobre as acusações de operar uma pirâmide com Bitcoin e sobre o passado do fundador da Sudbook, mas não obteve retorno até o fechamento dessa matéria.
Confira a entrevista com o Delegado que cuidou do caso Sudbook em 2014, que encontrou elementos do envolvimento de Ancleuton: