Rumores apontam que Alexander Vinnik, fundador da extinta BTC-e, está prestes a ser liberado da prisão. Sua soltura envolveria um acordo entre EUA e Rússia para liberar o jornalista americano Evan Gershkovich em uma troca de prisioneiros.
Vinnik fundou a BTC-e em 2011, sendo preso em 2017 na Grécia a pedido dos EUA sob acusações de ter facilitado diversos crimes através de sua corretora.
“Por meio de suas ações, alega-se que ele roubou identidades, facilitou o tráfico de drogas e ajudou a lavar produtos criminais de sindicatos em todo o mundo”, escreveram os EUA em 2017 após fechar o site da BTC-e.
Mais tarde, em 2022, Vinnik foi extraditado para os EUA, onde se encontra preso desde então. Gershkovich, por outro lado, foi preso na Rússia em 2023, acusado de espionagem.
Jornal russo diz que informações sobre Alexander Vinnik já foram apagadas dos sistemas dos EUA
Essa possível troca de prisioneiros é um rumor que circula desde o ano passado. Na data, jornais americanos notaram que essa estratégia é cada vez mais comum e que Alexander Vinnik poderia entrar em um desses acordos.
Os rumores se intensificaram nesta quarta-feira (31) após o RIA, jornal estatal russo, afirmar que os dados de Vinnik e outros três russos presos nos EUA desapareceram da base de dados do Departamento Federal de Prisões americano.
Os outros nomes são de Maxim Marchenko, Vadim Konoshchenok e Vladislav Klyushin, cada um deles enfrentando diversas acusações diferentes, como fraude, lavagem de dinheiro, e até mesmo pelo uso de tecnologias americanas na invasão à Ucrânia.
Em nota ao RIA, o advogado de Vinnik, Arkady Bukh, disse que não poderia comentar sobre o assunto. No entanto, deu pistas de que a troca está sendo realizada.
“A informação nesta fase é confidencial, não pode ser divulgada até que algo aconteça… Estamos sempre abertos a negociações sobre uma troca. Não podemos divulgar detalhes, mas estamos trabalhando nisso.”
“Não represento prisioneiros na Rússia, mas eles estão a caminho. Foi o que me disseram os meus colegas que representam pessoas detidas pelas autoridades russas”, adicionou o advogado.
Segundo fontes da Bloomberg, com informações publicadas nesta quinta-feira (1º), a Rússia estaria liberando o jornalista Evan Gershkovich e o ex-fuzileiro naval Paul Whelan, ambos americanos acusados de espionagem, mas também Vladimir Kara-Murza, um opositor de Vladimir Putin.
A confirmação dessa troca, com os nomes de todos envolvidos, deve acontecer ainda nesta semana. De qualquer forma, não fica claro o interesse da Rússia em liberar o fundador de uma corretora de criptomoedas, além de sua nacionalidade.