Investidores do Mirassol d’Oeste (MT), cidade que fica a pouco mais de 2.000 quilômetros de Curitiba (PR), continuam a protestar em frente à sede do Grupo Bitcoin Banco, no centro da capital paranaense, nesta quinta-feira (24).
“Vamos ficar aqui até o Claudio Oliveira (um dos donos da empresa) pagar o que deve. Queremos o nosso dinheiro”, disse o investidor Jacimar Alves Cabral, 31. Além dele, outros oito investidores do Mato Grosso , que chegaram a Curitiba no início desta semana, participam da manifestação.
Polícia militar esteve no local, segundo investidor
Pela manhã, de acordo com Cabral, quatro policiais militares estiveram no local, a pedido dos advogados do grupo. Esses advogados alegaram, disse, que ele e os outros manifestantes estariam cometendo agressão verbal, já que seguravam cartazes com frases “rei do bitcoin não me paga” e “gbb maior golpe da história”.
“Quando os policias chegaram, no entanto, simplesmente olharam nossos cartazes e falaram que poderíamos continuar a manifestação, pois o protesto é um direito constitucional”, falou Cabral.
A Constituição Federal brasileira, em seu artigo 5º, garante a “liberdade de reunião”, desde que os participantes não estejam anônimos (usando máscaras ou algo do tipo). Na manifestação desta quinta e na da quarta-feira (23) ninguém escondeu o rosto.
O Grupo Bitcoin Banco foi contatado pela reportagem do Livecoins, mas não comentou a manifestação. Apenas informou que em breve fará um comunicado sobre os pagamentos.
Veja o vídeo da manifestação em frente à sede do Grupo Bitcoin Banco:
Entenda o caso
Desde maio deste ano, investidores do Grupo Bitcoin Banco não conseguem realizar saques nas exchanges da empresa, a Negocie Coins e a TemBtc. Na época, o grupo alegou que foi vítima de uma ação criminosa de clientes, que aproveitaram uma brecha no sistema e duplicaram seus saldos. O prejuízo teria sido de R$ 50 milhões.
Nos últimos meses, a Polícia Militar do Paraná cumpriu mandados de busca e apreensão na sede do grupo e nos imóveis do empresário Claudio Oliveira. No mesmo mês, Oliveira também teve bens bloqueados e o passaporte retido pela justiça do Paraná.
O grupo alega ainda que os pagamentos a investidores estão bloqueados por causa de processos judiciais abertos ao longo dos últimos meses. Só na Justiça do Paraná há pouco mais de 100 ações contra a empresa e seus proprietários.