O escritório do advogado Ismair Junior Couto não presta mais serviço para o Grupo Bitcoin Banco, empresa de criptomoedas de Curitiba (PR) que recentemente entrou com pedido de recuperação judicial.
De acordo com a empresa, que tem o empresário Claudio Oliveira como um de seus acionistas, a rescisão de contrato é um procedimento normal. Em nota, o grupo agradeceu o trabalho prestado pelo advogado, que até então ocupava o cargo de diretor jurídico.
“O GBB, em nome de seu principal acionista, Claudio Oliveira, bem como por toda equipe, agradece a forma ética e o alto grau de profissionalismo empenhado pelo citado advogado durante período de prestação de serviços”.
O Bitcoin Banco, que tem 10 dias para constituir outro advogado, informou ainda que deixa as portas abertas para futuras “trocas de serviços e informações” com o profissional.
9 meses sem receber
Desde maio de 2019, o Grupo Bitcoin Banco não libera saques para os clientes. Em dezembro, a Justiça do Paraná aceitou pedido de recuperação judicial feito pela empresa. A medida é um meio jurídico utilizado para reorganizar as finanças e evitar falência.
O grupo tem uma dívida de cerca de R$ 600 milhões, segundo lista de credores divulgada no final do ano passado. Pouco mais de seis mil clientes têm valores a receber.
Desde o início da crise, mandados de busca e apreensão foram feitos na sede do grupo e na casa de Claudio Oliveira. O empresário teve bens bloqueados e o passaporte retido pela Justiça do Paraná. Por causa das pendências financeiras, a mãe dele chegou a ser sequestrada.
Grupo Bitcoin Banco divulga retomada de negócios
No início deste mês, o Grupo Bitcoin Banco anunciou a retomada dos negócios. Segundo o comunicado, as plataformas NegocieCoins e TemBTC foram divididas.
Uma delas seguirá as determinações da recuperação judicial (não foi informada qual) e a outra será utilizada para a negociação de criptomoedas. A empresa informou ainda que será obrigatório um novo cadastramento para utilizar a plataforma.
Grupo Bitcoin Banco pode ser maior fraude do Brasil, diz advogado
No início deste mês, o advogado Adriano Hermida Maia divulgou um texto explicando como a empresa atuava. Segundo o profissional, “estamos supostamente diante de uma exchange insolvente e do maior esquema de fraude financeira do país”.