Julius “Zeekill” Kivimäki, um hacker de 26 anos natural da Finlândia, foi condenado a 6 anos e 3 meses de prisão. Após hackear sistemas da Vastaamo, empresa que prestava serviços de psicoterapia, Kivimäki ameaçou vazar os dados dos mais de 33.000 pacientes da clínica.
Ele demandava um pagamento de 40 bitcoins, equivalentes a R$ 2,5 milhões na data e a R$ 12,6 milhões atualmente. Conforme a empresa negou a cumprir suas exigências, ele começou a chantagear vítimas individualmente, pedindo 200 euros na criptomoeda a cada uma delas para não divulgar suas anotações e outros dados pessoais.
Temendo a exposição, algumas pessoas atenderam ao pedido, mas mesmo assim tiveram suas informações vazadas.
Conforme a Finlândia é um país pequeno e seguro, com uma população de 5,5 milhões de habitantes e entre os 15 mais seguros do mundo, o crime de Kivimäki está sendo considerado como “o maior da história da Finlândia” pelo número de vítimas.
Hacker possui um grande histórico e estava foragido
Julius Kivimäki já tinha um grande histórico de ataques antes de invadir os sistemas da Vastaamo. Segundo a mídia local, o finlandês foi condenado pela primeira vez por crimes que cometeu quando tinha apenas 15 e 16 anos, mas já estava envolvido com hacks desde seus 13.
Um desses crimes foi a prática chamada de ‘swatting’, cujo objetivo é envergonhar suas vítimas ao denunciar um falso crime para a polícia comparecer no local. Dentre seus alvos estavam diversos familiares de um agente do FBI. Mais tarde, também fez um voo comercial interromper sua rota após uma ameaça falsa de bomba.
Sendo assim, seu histórico justifica a sentença de 6 anos e 3 meses recebida pela invasão aos sistemas da Vastaamo e a chantagem feita contra os pacientes da clínica. As acusações envolviam diversas violações de dados e tentativas de chantagem.
No total ocorreram três invasões à Vastaamo, uma em 2018, outra em 2019 e, por fim, uma última em 2020. O hacker foi acusado do crime em outubro de 2022, sendo extraditado da França para a Finlândia no ano seguinte, mas não compareceu a uma das audiências e passou a ser tratado como foragido.
Mais tarde, em fevereiro deste ano, foi preso novamente após autoridades identificarem seu paradeiro a partir de uma foto que o hacker postou em um site de imagens finlandês.
Segundo a BBC, uma das vítimas das chantagens de Kivimäki cometeu suicídio. Outras vítimas devem tentar apresentar casos civis contra o hacker a fim de obter uma compensação.