O famoso historiador Niall Ferguson participou do programa Roda Viva, apresentado na TV Cultura no início da semana, e declarou sua paixão pelo Bitcoin. Conhecido por ser um programa em formato de arena, onde o entrevistado por jornalistas de várias emissoras se colocam no centro, a presença de Niall acabou sendo remota.
De qualquer forma, ele debateu sobre diversos assuntos com os jornalistas, sendo um deles o dinheiro.
Vale lembrar que Ferguson é um professor de história em Harvard e autor de vários livros importantes, dentre eles a “A ascensão do dinheiro: A história financeira do mundo“, cuja terceira edição foi disponibilizada em 2020.
Historiador respeitado em todo o mundo, Niall Ferguson participou do Roda Viva para comentar sobre seu recente livro chamado “Catástrofe”.
Ele falou também sobre um tema que envolve o avanço do mundo e de impérios no passado, que é o dinheiro. Assim, na visão do historiador que já analisou todo o passado do dinheiro e publicou um documentário chamado “A Ascensão do Dinheiro”, o assunto tem um ponto que muitos não sabem.
Isso seria a ilusão de imaginar que o dinheiro é apenas aquele que o Estado produz e distribui, o que não é verdade, segundo Niall Ferguson. Ele ainda pediu cautela para iniciativas de criptomoedas vindas por estados como a China, que recentemente lançou o Yuan digital.
Apesar de não confiar na tecnologia chinesa, ele acredita que é importante lidar com a tecnologia das criptomoedas para prevenir crimes. Questionado sobre o que ele acredita que as criptomoedas são hoje, o historiador se disse otimista com essa nova história.
No caso do Bitcoin, a tecnologia permite que as pessoas sejam livres e ela não deve ser associada a crimes, apontou Niall Ferguson.
Ferguson também foi questionado em dado momento sobre o papel das criptomoedas, quando disse que o Bitcoin e demais criptomoedas, são uma revolução empolgante.
“Acho que é uma revolução financeira e monetária, uma revolução empolgante, é viável porque com a internet precisamos de um sistema de pagamentos de internet. É uma loucura pagar coisas usando o número do seu cartão de crédito em diversos sites. Então, acho que foi inevitável que uma forma de pagamento nativa da internet e um serviço financeiro evoluíssem.”
Em continuação de sua explicação, ele compartilhou uma visão libertária sobre as criptomoedas, indicando que a tecnologia pode ajudar pessoas comuns a escaparem dos males causados por governos.
Ele usou a região da América Latina para explorar sua teoria.
“Acho que é bom para pessoas comuns, porque no momento elas estão à mercê dos governos. Todos na América Latina sabem que se os governos tiverem a opção de imprimir dinheiro, mais cedo ou mais tarde você terá inflação. Na Argentina já estão vendo uma inflação muito alta e as pessoas na América Latina têm memória disso e sabem onde termina”.
Na opinião de Ferguson, o que é ótimo no Bitcoin é que ele oferece para as pessoas uma reserva de valor que governos não podem mexer, por conta do número finito de moedas que serão emitidas.
Em 2021, Niall Ferguson chegou a publicar um artigo de opinião na Bloomberg onde ele se disse triste pelos ataques feitos ao Bitcoin por autoridades.
Como essa é uma tecnologia descentralizada que avançou as finanças globais, Ferguson argumentou que o Dólar já deveria imaginar ir para o mundo das criptomoedas, principalmente após completar 50 anos sem o lastro em ouro, o que dá menos valor ao dinheiro norte-americano.
Além disso, declarou que os EUA não devem competir para construir uma criptomoeda melhor que a China, mas sim deixar a inovação florescer. Com relação à regulação do Bitcoin, Ferguson deixou claro que não acredita que isso seja positivo neste momento inicial da tecnologia.
A participação do historiador no Roda Viva também abordou assuntos como nova Guerra Fria, clima, vacinação, inflação por impressão de dinheiro, entre outros mais.
Ferguson estuda o mundo sob várias óticas e já alertou que os seres humanos são frágeis em prever e combater crises, mostrando que ele não é muito fã do Estado no controle de tudo e apontando suas ineficiências em suas obras.
Comentários