Um homem dos Estados Unidos de 45 anos, chamado Charles O. Parks III, se declarou culpado na justiça após minerar criptomoedas com a força computacional de servidores em nuvem.
De acordo com as investigações, o homem conhecido como “CP30” conseguiu acessar os servidores em nuvem de duas grandes empresas do setor. As autoridades não relevaram as empresas vítimas, em um mercado dominado pela Amazon AWS, Google Cloud e outras gigantes mais.
Para a justiça, como ele acessou os servidores violando os sistemas das empresas para minerar criptomoedas, a prática se configura como “cryptojacking“. Nos últimos anos, muitos softwares maliciosos chegaram na internet para minerar criptomoedas com a força computacional de suas vítimas, principalmente a Monero (XMR), altcoin que ainda minera com a força computacional de CPUs.
Homem de 45 anos se declara culpado por minerar criptomoedas roubando força computacional de grandes empresas de servidores em nuvem
A mineração de criptomoedas é uma prática que ainda atrai muitos investidores, que trabalham para manter a segurança das redes descentralizadas. Assim, é uma atividade comercial já reconhecida em vários países, que gera renda e empregos.
Contudo, um hacker conhecido como CP30 conseguiu contratar os serviços em nuvem de duas grandes empresas, lucrando US$ 1 milhão com a mineração de criptomoedas como Litecoin, Ethereum e Monero. Os crimes ocorreram entre janeiro e agosto de 2021, e o prejuízo das empresas de servidor em nuvem pode ultrapassar US$ 3,5 milhões.
Em nota, Breon Peace, procurador dos Estados Unidos para o Distrito Leste de Nova York, declarou que ele lucrou com sua ilegal operação de mineração de criptomoedas. “Por meio de fraude e engano, Parks adquiriu poderosos recursos de computação no valor de milhões de dólares para abastecer sua operação ilegal de criptomineração. A confissão de culpa de hoje [05/12] ressalta nosso forte compromisso em processar criminosos que enriquecem por meio de fraudes sofisticadas de criptomoedas e outros esquemas cibernéticos complexos.”
“Esta confissão de culpa serve como um lembrete para potenciais criminosos cibernéticos de que policiais experientes estão bem equipados para detectar, investigar e pôr fim a esquemas de exploração financeira realizados no mundo digital“, declarou o comissário Tisch do NYPD. “Elogio nosso detetive do NYPD que trabalhou neste caso, bem como nossos parceiros no FBI e no escritório do procurador dos EUA para o Distrito Leste de Nova York, por sua habilidade e dedicação inabalável ao seu trabalho, como evidenciado pelo resultado.”
Caso tratado pela Segurança Nacional
De acordo com os autos no tribunal dos EUA, Parks criou nomes falsos e empresas fictícias para enganar os provedores de serviços em nuvem, conseguindo obter grandes vantagens com as empresas.
Depois disso, ele converteu e lavou os rendimentos da criptomoeda por meio de corretoras de criptomoedas, um mercado de tokens NFT, um provedor de pagamento online e contas bancárias tradicionais para disfarçar a trilha de auditoria e desassociar os fundos da fraude.
Parks também estruturou vários movimentos de dinheiro para evitar os requisitos de relatórios de transações sob a lei federal. Após converter a criptomoeda ilícita em dólares, Parks usou os rendimentos do esquema para fazer compras extravagantes, incluindo um carro de luxo Mercedes Benz, joias e hotel de primeira classe e despesas de viagem.
O caso segue apurado pela seção de Segurança Nacional e se condenado, ele pode pegar até 20 anos.