Uma recente cobertura do Globo Rural mostrou o inovador uso da tecnologia das criptomoedas, a blockchain, por um indígena brasileiro que vende produtos por meio de um site.
Além disso, a reportagem que foi ao ar no último domingo (30) mostra que a iniciativa ganhou um prêmio na Elos da Amazônia – Empreendedorismo Científico Indígena.
Para utilizar a tecnologia blockchain, Joeliton Vargas Moraes, criador do IKABEN – Vestuários de Grife Indígenas, pretendia proteger a identidade cultural de criadores de produtos.
Assim, por meio de seu site IKABEN, ele garante que qualquer venda repasse 10% aos criadores diretamente, garantindo uma forma justa de recebimento de valores. Joeliton é um indígena do povo Kokama, que habita a região da Amazônia no Brasil, além de ter parte no Peru e Colômbia.
Site de indígena brasileiro que utiliza tecnologia das criptomoedas ganha prêmio de R$ 1 milhão para avançar sua solução
O programa Elos Amazônia é uma iniciativa da ONG Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (IDESAM). Assim, a premiação da última edição para as startups selecionadas chega a R$ 1 milhão por projeto.
“Cada startup selecionada pelo edital receberá R$ 1.000.000,00(um milhão de
reais) sendo R$ 500.000,00 via Programa Prioritário de Bioeconomia para
aceleração do negócio e R$ 500.000,00 para desenvolvimento de um projeto
de tecnologia que será executado pelo INDT – Instituto de Desenvolvimento
tecnológico“, dizia o edital consultado pelo Livecoins.
Ou seja, o site indígena que utiliza a tecnologia blockchain poderá avançar ainda mais sua solução para levar vantagens as criadores de produtos que valorizam a cultura das comunidades locais.
Parte do recurso veio do SUFRAMA, e o evento contou com realização do Governo Federal e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Criptomoedas começam ganhar terreno entre indígenas
Como noticiado pelo Livecoins, os povos indígenas brasileiros já se atentaram para a realidade das criptomoedas nos últimos anos.
Em 2020, por exemplo, duas tribos se uniram para a criação de uma criptomoeda, que visava captar recursos para o desenvolvimento das terras ocupadas, levando uma melhor qualidade de vida a todos. Na época, eles sofriam com problemas ligados à pandemia e buscavam novas formas de se obter recursos.
Mas nem toda a relação tem sido positiva. Em 2023, a Funai determinou que uma empresa de criptomoedas que captava recursos em nome de tribos parasse sua atuação, que não havia sido autorizada pelas autoridades.
De qualquer forma, mostra que as criptomoedas já alcançaram vários debates dentre os indígenas, ganhando cada vez mais espaço entre os povos originários do Brasil.