A inflação nos Estados Unidos, maior potência mundial, e da Alemanha, maior economia da Europa, é maior que era prevista pelo mercado financeiro. O cenário dos EUA foi compartilhado por Jerome Powell na quarta-feira (28), enquanto o país europeu divulgou dados nesta quinta-feira (29).
No último ano, os bancos centrais pelo mundo imprimiram trilhões de dólares e atraíram desconfiança de muitos investidores.
O megainvestidor e dono de um fundo de hedge Ray Dalio, por exemplo, comprou Bitcoin com medo da inflação ficar descontrolada.
Os críticos do Bitcoin atacaram a moeda digital ao ver que o dólar passa por um momento de turbulência. A senadora Elizabeth Warren chegou a citar que a criptomoeda também tem inflação, mas por outros motivos diferentes que a divisa norte-americana.
Independente do que acreditam os críticos, o Bitcoin registrou uma alta de 260% em relação ao dólar, com uma inflação de 1,77% ao ano. Os dados da inflação dos Estados Unidos serão divulgados ainda nesta quinta, contando com desconfiança do mercado.
Inflação dos Estados Unidos é maior que o esperado, mas é “transitória”, afirmou Jerome Powell
Na economia dos países, a inflação é uma medida que indica o nível do poder de compra de um determinado ativo perante a moeda emitida pelo banco central. É comum trabalhar com expectativas em cima dessa métrica, que deve ser bem controlada para manter o funcionamento da economia.
Mas nos Estados Unidos, com a política de impressão de dinheiro e compra de ativos, a inflação teria escapado das previsões do FED, afirmou o presidente Jerome Powell. Na ata do FED, ele confirmou que tais efeitos ainda são transitórios e devem acabar com a manutenção das políticas monetárias atuais.
“A inflação aumentou notavelmente e provavelmente permanecerá elevada nos próximos meses antes de se moderar. Como a economia continua a se reabrir e os gastos se recuperam, estamos vendo uma pressão de alta sobre os preços, principalmente porque os gargalos de oferta em alguns setores limitaram a rapidez com que a produção pode responder no curto prazo.
Esses efeitos de gargalo foram maiores do que o previsto, mas, à medida que esses efeitos transitórios de oferta diminuem, a inflação deve cair de volta à nossa meta de longo prazo.”
A meta dos EUA para a inflação anual é de 2%, mas Powell confessou que uma demora na reabertura pode afetar as expectativas.
Problema também na Europa: Inflação da Alemanha é a maior dos últimos 13 anos e sindicatos trabalhistas já se mobilizam
De acordo com a Reuters, a Alemanha divulgou hoje sua inflação, que cresceu 3,1% no mês de julho, comparado com 2,1% em junho. Essa é maior alta nos preços nos últimos 13 anos na maior potência da União Europeia.
Com a divulgação dos dados, sindicatos trabalhistas já pressionam por aumentos salariais, visto que o poder de compra da população local está comprometida com a alta generalizada dos preços.
O cenário já era acompanhado por economistas do mundo todo, mas pode pressionar o mercado financeiro global nos próximos meses.
Neste sentido, o Bitcoin poderia surgir como um porto seguro e reserva de valor no mercado.